Unicamp: Fisioterapeuta desenvolve técnica para síndrome da respiração bucal

Tratamento ameniza efeitos da síndrome

qui, 24/11/2005 - 10h24 | Do Portal do Governo

É alta a incidência de crianças que respiram pela boca por conta de obstrução nasal devido à rinite alérgica e hipertrofia de adenóide, o que acarreta múltiplas conseqüências. Neste sentido, a fisioterapeuta Eliane Castilhos Rodrigues Corrêa propõe um tratamento voltado para os músculos cervicais e postura corporal para minimizar os problemas causados pela síndrome da respiração bucal. “Num futuro pode ocasionar até mesmo a deformidade postural e dores na região do pescoço pelo esforço que se faz para respirar pela boca. A cabeça é jogada constantemente para frente e, em muitos casos, pode tornar-se um mau hábito”, alerta Eliane. Com a terapêutica, a fisioterapeuta conseguiu melhora na postura das crianças e reduziu o esforço significativamente tanto para obtenção de postura correta como na respiração pelo nariz.

Orientada pelo professor da Faculdade de Odontologia de Piracicaba Fausto Bérzin e com financiamento da Capes, Eliane discorreu os resultados positivos de seu estudo na tese de doutorado “Eficácia da intervenção fisioterapeutica sobre os músculos cervicais e postura corporal em crianças respiradoras bucais”. Segundo ela, depois de realizar revisão na literatura, poucos estudos foram encontrados para este tipo de síndrome, particularmente na área de fisioterapia. Na tese, ela sugere que se utilizem exercícios de alongamento e fortalecimento muscular combinado com reeducação naso-diafragmática, utilizando a bola suíça. “Além do tratamento em si, esse tipo de exercício tem um aspecto lúdico que prende a atenção da criança”, explica Eliane.

O tratamento foi aplicado em 19 crianças durante três meses. Todas elas tinham o diagnóstico médico de obstrução nasal. Ao final, para avaliar a eficácia dos exercícios, foram realizados exames de eletromiografia e de fotografia computadorizada. Num estudo prévio comparativo entre crianças respiradoras bucais e nasais, Eliane teve dificuldades em encontrar crianças que tinham a respiração nasal para formar o grupo controle. Ela ressalta que os resultados definitivos e em longo prazo da síndrome, precisam da assistência integrada de uma equipe multidisciplinar composta por médico, fonoaudiólogo, dentista, fisioterapeuta e psicólogo. “Pais e professores devem observar com atenção as crianças com suspeita desta síndrome para encaminhá-las rapidamente ao tratamento”, alerta.

Do Portal Unicamp

J.C.