Discutir alternativas energéticas e o desenvolvimento sustentável social, econômico, ambiental e energético no País é o principal objetivo do 4º Encontro de Energia no Meio Rural – Agrener 2002, que será realizado entre os dias 29 e 31 de outubro no Centro de Convenções da Unicamp.
O encontro, promovido pelo Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (NIPE), apresentará 140 trabalhos, dois cursos na área de energia, um workshop internacional de células a combustível e uma feira de expositores. Estarão reunidos representantes da comunidade científica brasileira, das empresas e dos governos federal, estadual e municipal, além de organizações não governamentais.
O futuro energético mundial depende das fontes renováveis de energia, face às prioridades dadas, atualmente, ao petróleo, carvão e gás. Biomassa, gás natural, pequenas centrais hidrelétricas, álcool, eólica, solar e biodiesel são as energias alternativas mais limpas que estarão em debate na Unicamp, visando um futuro sustentável e de preservação ambiental. Será discutido o aproveitamento de outras fontes naturais, como calor, vento, bagaço da cana-de-açúcar e biomassa do eucalipto, como alternativas para uma política do setor e também de preservação do planeta.
Estima-se que, no Brasil, de 4 a 5 milhões de domicílios ou 20 milhões de pessoas não têm acesso a energia. No mundo, são 2 bilhões de pessoas. O AGRENER 2002 visa debater esta questão mundial focando na deficiência existente no País, tanto nos campos estadual e federal, como também mundial.
Para o coordenador da Coordenadoria de Relações Internacionais (Cori) da Unicamp, professor Luís Augusto Barbosa Cortez, organizador do evento, embora o Brasil tenha um número elevado de pessoas não atendidas, o consumo de energia é relativamente baixo se comparado com os padrões americano e europeu. Nos Estados Unidos, por exemplo, o consumo é 7 vezes maior que o brasileiro e, na Europa, 4 vezes.
Segundo Cortez, é preciso dar a devida importância à energia, buscando fontes renováveis nacionais frente à crise energética, vivida em 2001, e a econômica, atualmente. ‘Vamos discutir uma nova configuração demográfica, a importância social do meio rural e criar condições para as pessoas realizarem seus objetivos e sonhos. Estamos discutindo a qualidade de vida das pessoas’, afirmou. Cortez aponta que o Brasil está caminhando rápido no atendimento a população e que em 10 ou 15 anos 97% dos domicílios terão energia.
Células a Combustível
No dia 31, último dia do Agrener, será realizado o 1º Workshop Internacional de Células Combustível, organizado pelo Centro Nacional de Referência em Energia do Hidrogênio (Ceneh). O objetivo é verificar o estado da arte e as tendências em células combustível no Brasil e no mundo. Visa, também, estreitar os laços entre o meio acadêmico, governo e empresas brasileiras com projetos de P&D e aplicações de células a combustível, objetivando o intercâmbio de idéias sobre perspectivas, financiamento e oportunidades para essa tecnologia.
Estarão presentes pesquisadores estrangeiros, especialistas brasileiros de universidades, centros de pesquisas, empresas, fundos setoriais e do governo, que mostrarão o estágio do desenvolvimento e as perspectivas da tecnologia no Brasil.
A programação do Agrener 2002 inclui oito temáticas diferentes: Eletrificação Rural, Financiamento do Investimento, Fontes Renováveis de Energia: Biomassa, Hidroeletricidade, Solar, Eólica etc.; Fontes Não-Renováveis de Energia: Petróleo e Gás; Desenvolvimento Sustentável e Meio-Ambiente; Tecnologia Apropriada, Novas Tecnologias, Conservação e Uso Eficiente de Energia; Planejamento Energético e Regulamentação do Setor de Energia.
Mais informações no site www.unicamp.br/nipe/agrener2002
