Unicamp: Desenvolve feijão instantâneo

Em breve o produto poderá ser comprado nos mercados

qui, 19/08/2004 - 12h10 | Do Portal do Governo

Do Portal da Unicamp
Por Raquel do Carmos Santos

Chegar em casa depois de um longo dia de trabalho e apreciar o feijão feito no forno microondas em apenas alguns minutos está prestes a se tornar realidade. Em seis meses, a dona-de-casa vai poder contar com o feijão instantâneo nas prateleiras dos supermercados.

A parceria firmada na segunda-feira, dia 16, entre a Green Technologies, empresa incubada na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp) e a ATI-Gel de Atibaia vai colocar no mercado um dos produtos mais consumidos pela família brasileira preservando os componentes nutricionais e, o melhor: poderá ser preparado com o toque pessoal no tempero.

O contrato prevê a transferência de tecnologia e o licenciamento das patentes não só do feijão, como também de outros dois produtos desenvolvidos pela Green. São eles: a soja e as saladas instantâneas. “O diferencial é que os produtos serão oferecidos congelados. Além da conveniência, pois os produtos eliminam a mão de obra no cozimento dos grãos e legumes, também nos preocupamos com um produto saudável”, declara o presidente da Green, Franz Salces Ruiz.

A ATI-Gel, há 17 anos no mercado de legumes e vegetais congelados, basicamente atende o mercado de cozinha industrial, redes de fast food e companhias aéreas. “Pretendemos com os novos produtos exportar para o mercado asiático”, declara o diretor presidente da ATI, Geraldo Ferreira de Almeida. Segundo ele, serão necessários seis meses de implantação do projeto.

“Após este período já poderemos oferecer o produto, inicialmente para os clientes já atendidos pela empresa e depois no varejo”, estima Almeida. Ele explica ainda que a sede em Atibaia possui uma capacidade de produção ociosa de 20 a 30% e os produtos chegam em boa hora para se adequar a esta capacidade.

De acordo com o consultor da ATI, Maurício Cardoso, a empresa prima pela qualidade, prova disto é que 60% dos produtos comercializados são oriundos de lavoura mantida pela empresa. Os outros 40% recebem um acompanhamento direto de um engenheiro agrônomo. Por isso, antes de fechar o negócio com a Green Technologies, os empresários fizeram questão de provar os produtos. “São muitos bons. A soja então nem tem o mesmo gosto tradicional”, anima Cardoso.

Tecnologia inovadora

Formado na área de engenharia química, mas com doutorado em engenharia de alimentos, Ruiz iniciou as pesquisas desde sua incubação na Incamp. Esta é a primeira tecnologia transferida para a iniciativa privada desde a criação da Incamp.

Ruiz explica que mais do que desenvolver um produto com características inovadoras, sua preocupação foi além. “Com base em pesquisas de mercado, identificamos as principais necessidades da mulher prática e moderna que exige rapidez no preparo de alimentos”, explica. Por isso, o feijão, principalmente, depois de pronto, mantém a textura e sabor, tão apreciado pela população em geral. “O produto é 100% natural”, define.

No caso da soja, Ruiz lembra que o grão é considerado como o alimento do novo milênio por conta de suas propriedades funcionais. O problema, no entanto, está na mão de obra necessária para o preparo da soja. Com o novo produto no mercado, em instantes o consumidor terá uma refeição com alto valor nutricional. Na pesquisa de aceitação de mercado, mais de 90% aceitaram o sabor do alimento. No teste, o produto também manteve a viscosidade e textura. Sem contar o sabor que ficou muito bom na opinião de quem provou.

V.C.