Passada uma semana após o início do programa Ciência & Artes nas Férias, organizado pela Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) da Unicamp, alunos do ensino médio de escolas públicas da região de Campinas já se sentem totalmente entrosados nas atividades teóricas e práticas planejadas para os 51 projetos deste ano.
Além do trabalho realizado em diferentes laboratórios, eles têm participado de várias oficinas, às quartas-feiras – momento em que se reúnem para integração e atividades laborais. É o caso da Oficina “Cidades Líquidas”, cuja programação aconteceu no Laboratório de Solos da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri).
A experiência, segundo o professor Nilson Antonio Modesto Arraes, que atua na área de planejamento e desenvolvimento rural da Feagri, já começa de forma proveitosa, ‘com o interesse dos alunos’, conforme destaca Nilson.
“A expectativa é que os conteúdos aqui passados sejam assimilados para a vida pessoal e despertem o senso crítico de cada um”, enfatiza. Também acostumado a lecionar para alunos de cursinhos pré-vestibulares, Nilson consegue rápida empatia, na Oficina da Feagri, com uma platéia mista com idade inferior a 18 anos. Na quarta-feira, dia 12, eles aprenderam alguns conceitos básicos sobre a relação entre o uso e cobertura da terra e a disponibilidade hídrica.
Karen Regina Salgado, uma das alunas que está ‘ficando’ no Instituto de Química, contribuiu com a aula de Nilson falando acerca da importância das chuvas para os diferentes tipos de solo. Estudante da Escola Estadual “José Maria Matosinho”, no São Bernardo, em Campinas, Karen fala com desenvoltura, fato que atribui a uma boa professora de Geografia que nela incutiu a disciplina para os estudos. Apesar de gostar da disciplina, pretende atuar em outros campos. “Farei tudo para estudar na Unicamp, mas ainda devo me decidir entre os cursos de farmácia, jornalismo ou música’, relata.
Difícil dilema, mas a dúvida, ao que parece, é freqüente entre os alunos do ensino médio. Vilmar Venâncio, 17 anos, por exemplo, estuda na Escola Estadual ‘Pedro Salvetti Neto’, no Parque Ipiranga, também em Campinas. Espera nestes dias optar por um curso que tenha na Unicamp. “Tenho aprendido coisas interessantes, como o ciclo da água e o seu aproveitamento. Pelo que ouvi, dificilmente a água vai acabar no planeta”, alivia-se.
A coordenadora do projeto da Feagri, Roseli Ferreira dos Santos, neste primeiro contato com um dos quatro grupos que passarão pela Oficina “Cidades Líquidas”, observou que os alunos são bastante participativos e com muito potencial para ser desenvolvido. “Apesar de um certo desnível, notamos que, se alguns alunos se destacam, é porque eles têm bons professores. Muitos, porém, não chegam à Universidade devido a uma falta de investimento no seu potencial”, acredita.
Mais informações podem ser obtidas no site www.unesp.br
Do Portal da Unicamp
Por Isabel Gardenal
C.A.
