Márcia Bitencourt, da Agência Imprensa Oficial
Fonte: Agência Unesp
A partir da experiência bem-sucedida da Unisoja, o Departamento de Alimentos e Nutrição da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) de Araraquara, está sendo estudada pelo Ministério de Ciência e Tecnologia a proposta de instalação desse projeto também no Campus de São Vicente, numa parceria que envolverá ainda a prefeitura local e resultará em significativo aumento da produção. O Ministério está avaliando também a possibilidade de estender a atividade da Unisoja ao Estado do Piauí, o que contribuirá para a consolidação do Programa Fome Zero no semi-árido nordestino.
Criada em 1997 e coordenada pelo professor Elizeu Antônio Rossi, do FCL, a Unisoja funciona a partir de uma parceria com a prefeitura de Araraquara. A Unesp (Universidade Estadual Paulista) se encarrega da supervisão, do fornecimento de tecnologia e do controle de qualidade dos produtos, enquanto a prefeitura providencia instalações, equipamentos e funcionários. ‘O objetivo da usina é garantir a distribuição de leite e iogurte como suplemento alimentar a grupos populacionais específicos atendidos pela prefeitura’, esclarece Rossi.
Atualmente, a unidade processa 120 quilos de soja, resultando em 700 litros de leite, que são distribuídos para 34 entidades assistenciais e mais de 240 pessoas com incompatibilidade à lactose do leite de vaca. ‘Além de beneficiar a população carente da região, a experiência de Araraquara permitiu a inovação tecnológica de equipamentos e o aperfeiçoamento de produtos, em termos de qualidade e sabor’, comenta o professor Luiz Antonio Vane, chefe de gabinete da Reitoria da Unesp e coordenador do Campus do Litoral Paulista.
Maiores benefícios
As instalações da Unisoja em São Vicente serão semelhantes às de Araraquara, dispondo de recursos tecnológicos bastante avançados para fabricar não só o leite, mas também iogurte, bolachas, pães, doces, queijo e outros derivados da soja. ‘Por se tratar de um alimento relativamente barato e de alto valor protéico e calórico, consideramos da maior importância a possibilidade de oferecer a soja e seus subprodutos à população carente da Baixada Santista’, observa o professor Vane. E ressalta o fato de que a proposta do projeto prevê uma capacidade de produção de até 37,5 mil litros de leite de soja por mês, que permitirá atender cerca de 15 mil pessoas por dia, em especial as comunidades de baixa renda não apenas de São Vicente, mas também dos municípios vizinhos.
A produção deverá complementar a merenda escolar de escolas públicas, hospitais, asilos, creches e outras instituições que podem se beneficiar dos produtos da soja, além de ser distribuída para a população mais pobre e pessoas com acompanhamento médico. Com esse projeto de grande alcance social a Unesp passará a ter um envolvimento direto com a população da Baixada Santista, que também será beneficiada com a transferência do conhecimento gerado na Universidade.
O projeto, que prevê a participação também da iniciativa privada, contará com a colaboração dos docentes da FCF de Araraquara, que ficarão encarregados da supervisão do processamento e do controle de qualidade dos produtos, da avaliação dos resultados obtidos entre a população atendida e, ainda, da realização de eventuais trabalhos de pesquisa para desenvolver novos derivados de soja.
(LRK)
