Unesp: Próteses ortopédicas à base de titânio oferecem conforto ao usuário

Testes apontam maior biocompatibilidade em relação às de aço inoxidável

seg, 25/07/2005 - 16h55 | Do Portal do Governo

Estão em curso na Faculdade de Ciências ( FC), do campus de Bauru, estudos para o desenvolvimento de ligas metálicas à base de titânio (Ti), com vistas à aplicação em próteses ortopédicas. Coordenada pelo físico Carlos Roberto Grandini, a pesquisa é realizada no Laboratório de Relaxações Anelásticas, da FC, onde são verificados o comportamento dos materiais as suas propriedades mecânicas.

Grandini explica que o aço inoxidável e a liga à base de titânio Ti-6Al-4V são os materiais usualmente empregados na confecção das próteses ortopédicas. Eles, porém, apresentam problemas de biocompatibilidade. ‘Além de possuírem módulo de elasticidade muito maior que o do osso, fato que causa desconforto para quem a utiliza, os elementos vanádio e níquel contidos na composição das ligas apresentam níveis elevados de toxidade, que influenciam na degeneração dos tecidos ao redor do implante’, diz.

O docente da FC vem trabalhando principalmente com duas ligas: uma à base de titânio, nióbio e zircônio (Ti-13Nb-13Zr) e a outra de titânio, nióbio, zircônio e tântalo (Ti-35Nb-7Zr-5Ta). ‘A pesquisa visa desenvolver ligas metálicas que possuam módulo de elasticidade mais próximo ao do osso, e que eliminem problemas de biocompatibilidade’, diz o pesquisador. Verificamos que as ligas em estudo apresentam módulo de elasticidade mais compatíveis com o do osso, sem a presença dos elementos tóxicos. ‘Trabalhamos para proporcionar maior conforto aos usuários de próteses fabricadas a partir destas ligas’, afirma o docente.

O custo de produção das ligas a base de titânio, no entanto, ainda são maiores que as de aço inoxidável. A economia deve ser medida pela biocompatibilidade que os novos materiais oferecem. ‘O paciente poderá permanecer com a prótese por até 15 anos sem a necessidade de cirurgias de revisão’, lembra Grandini.

Este trabalho vem sendo conduzido em colaboração com Rubens Caram, da Unicamp e Sandra Giacomin Schneider, da Faculdade de Engenharia Química de Lorena, que produzem as amostras caracterizadas no Laboratório da FC. Também participam do projeto alunos de graduação e de pós-graduação em física da FC, apoiados pela Capes, Fapesp e CNPq.

Comunicação da Universidade do Estado de São Paulo

F.C.