Unesp: Pesquisadores desenvolvem equipamento para controle de ervas daninhas em ferrovias

Vegetação pode provocar patinamento nos trilhos

qui, 08/07/2004 - 15h01 | Do Portal do Governo

A acumulação de água, o patinamento que faz com que o trem não saia do lugar e a ameaça de incêndio em períodos de seca. Esses são alguns problemas causados pelo crescimento desordenado de ervas daninhas nos trilhos do trem, que começam a ser melhor controlados graças a um pulverizador desenvolvido por pesquisadores da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu. O projeto é coordenado pelos professores Ulisses Antuniassi e José Armando Furlani Júnior.

O pulverizador é programado eletronicamente com o auxílio de GPS (sistema de posicionamento global). Um computador central é usado para fazer um mapeamento da vegetação e ainda gerar estatísticas dos locais em que os produtos foram aplicados. “A idéia é que esses dados possam ser utilizados pelos órgãos ambientais competentes para que sejam formulados serviços para a gestão da vegetação”, explicou Antuniassi à Agência FAPESP.

Tracionado por uma locomotiva, o equipamento também economiza herbicida, possibilitando vantagens toxicológicas e ambientais. “A técnica utilizada é conhecida como ‘aplicação em taxas variáveis’, uma tecnologia ligada à agricultura de precisão na qual as doses do produto são aplicadas apenas nos locais onde nascem maior quantidade de plantas”, explica o pesquisador da Unesp. O pulverizador é operado por quatro técnicos que fazem a leitura dos cálculos eletrônicos da dosagem e orientam os locais de aplicação.

Desde o final de maio, quando o sistema foi implantado, foram feitas aplicações em cerca de 1,5 mil quilômetros de ferrovias. “O equipamento já está sendo utilizado nas linhas gerenciadas pela companhia Ferrovia Brasil, localizadas em São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”, disse Antuniassi.

Desenvolvido em parceria com a empresa Infrajato Engenharia, o projeto do pulverizador foi financiado pelo Programa de Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP.

Por Thiago Romero, da Agência FAPESP

(LRK)