Unesp: Pesquisador descobre novo método de produção de soro antiofídico

Animal soroprodutor sofre menor agressão e produz um soro com 10 vezes mais potência

ter, 30/03/2004 - 16h37 | Do Portal do Governo

Um método de produção de soro antiofídico de maior potência, e que pode utilizar ovinos ao invés de cavalos como animais soroprodutores, foi desenvolvido pelo médico veterinário Rui Seabra Ferreira Junior, responsável pelo Centro de Veneno e Animais Peçonhentos da Unesp/Botucatu, e aluno de pós-graduação do Departamento de Doenças Tropicais da Faculdade de Medicina da Unesp/Botucatu.

A pesquisa foi desenvolvida como trabalho de mestrado e obteve o primeiro lugar entre os trabalhos inscritos no Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, realizado de 7 a 11 de março, em Aracaju.

Basicamente, a investigação foi dedicada a procurar alternativas de menor custo para produção de soro antiofídico de maior eficiência para neutralizar os efeitos dos agravos provocados pelas cobras jararaca e cascavel. Com a colaboração do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares e da dra. Nanci do Nascimento, e com orientação dos professores Domingos Alves Meira e Benedito Barraviera, do Departamento de Doenças Tropicais da Medicina/Unesp, o pesquisador desenvolveu a nova técnica que submete o veneno nativo à irradiação com Cobalto-60.

Com isso, o animal soroprodutor sofre menor agressão ao ser inoculado, facultando, ainda, a produção final de um soro com 10 vezes mais potência do que o atualmente existente no mercado. Esse soro teria, também, um menor potencial de geração de choque anafilático em seus usuários.

O novo método permite, também, que sejam utilizados ovinos como animais soroprodutores, e não apenas os eqüinos como hoje acontece no Brasil. No caso dos ovinos, como já é feito em alguns paises, os soroprodutores poderão ser abatidos em escala comercial, gerando uma receita adicional e que poderá, ao final, reduzir o custo do soro. No caso dos eqüinos, os custos são ampliados com a necessidade de manutenção dos animais em regime de permanente confinamento.