Unesp: Pesquisa vai impulsionar a produção de avestruz no Brasil

Atualmente, uma ave adulta chega a ser vendida por R$ 6 mil e um filhote por R$ 1.500

sex, 06/02/2004 - 10h27 | Do Portal do Governo

Introduzida no Brasil há cerca de oito anos, a criação de avestruzes – ou estrutiocultura – está se transformando numa expressiva atividade agropecuária. Atualmente, uma ave adulta chega a ser vendida por R$ 6 mil e um filhote por R$ 1.500. O Setor Experimental de Zootecnia da Faculdade de Odontologia, campus da Unesp de Araçatuba (FOA), é um dos centros pioneiros em estudos com avestruzes, cuja produção se concentra principalmente no Estado de São Paulo.

Segundo os pesquisadores, a carne da ave é vermelha e muito saborosa, semelhante à do boi, embora mais saudável: tem 96,6 quilocalorias (kcal – medida que corresponde a mil calorias), número que no caso do gado bovino chega a 240 kcal. Como a criação ainda é pouco praticada, a carne da ave é difícil de ser encontrada e, por isso, muito cara, de R$ 40 a R$ 60 o quilo, revela o zootecnista Manoel Garcia Neto, responsável pelo setor.

A pesquisa se divide em três áreas: incubação dos ovos, cuidados com as matrizes e organização dos piquetes – locais onde se criam avestruzes para reprodução e abate. “A incubação natural é difícil no Brasil por causa do clima”, explica Neto.

Espaço é fundamental

“O avestruz precisa de 20% de umidade, e no Estado de São Paulo a taxa é de mais ou menos 50%.” Os ovos são mantidos durante 42 dias no incubatório – em média 700 deles permanecem um mês nesse local.
Depois do nascimento, os filhotes ficam três dias na maternidade e quatro semanas num ambiente com temperatura controlada, chamado de berçário, antes de serem entregues ao criador. Com as matrizes, são feitos estudos em relação à alimentação e ao manejo, ou seja, à melhor forma de lidar com o animal. Para Neto, essas aves precisam de muito espaço para serem criadas.

“Para cada animal destinado ao abate, são necessários cerca de 40 metros quadrados de espaço livre e, para os selecionados como reprodutores, de 600 a 1.000 metros quadrados”, esclarece. Para que a reprodução seja eficiente, os pesquisadores buscam algumas características, como maior produtividade, período de acasalamento prolongado e idade reprodutiva mais precoce. As fêmeas atingem a maturidade sexual aos 2 anos e os machos, entre 2,5 e 3 anos.

“Consideramos os filhotes de adultos dóceis mais acessíveis à produção”, afirma o professor, acrescentando que o avestruz é um animal agressivo, principalmente na época da reprodução. Além da carne, outro item da ave também comercializado é o couro, conhecido pela sua maciez e por ser um dos mais caros do mundo, só perdendo em preço para o de jacaré.

Da Assessoria de Imprensa da Unesp
Da Agência Imprensa Oficial

(AM)