Da Agência de Notícias da Unesp – Por André Louzas
Um dos grandes desafios do ensino superior é adaptar-se às intensas mudanças do início do século XXI. A formação universitária precisa acompanhar o avanço do conhecimento e atender à demanda por profissionais que enfrentem os desafios da inovação tecnológica, que, muitas vezes, supera as fronteiras das disciplinas tradicionais, envolvendo questões complexas, como a garantia de desenvolvimento com preservação da natureza.
Alguns dos cursos de graduação que a UNESP ofereceu pela primeira vez no vestibular de julho passado mostram justamente a preocupação da Universidade de acompanhar as conquistas científicas e tecnológicas. “Dentro dessa filosofia de proporcionar cursos universitários públicos e de qualidade em todo o Estado de São Paulo, os jovens tiveram opções pioneiras no panorama universitário brasileiro, como os cursos de Biotecnologia, Engenharia de Controle e Automação, Física Biológica, Física Médica e Química Ambiental”, afirma o reitor da UNESP José Carlos Souza Trindade.
Logo na primeira vez que foram oferecidos, alguns desses cursos despertaram uma resposta vigorosa entre os vestibulandos. O curso de Biotecnologia da Faculdade de Ciências e Letras (FCL), campus de Assis – um dos três existentes em todo o País –, por exemplo, teve uma procura de 49,95 candidatos por vaga. Já no de Engenharia de Controle e Automação, da Unidade Diferenciada de Sorocaba/Iperó, cada vaga foi disputada por 36,08 estudantes.
“Temos alunos vindos de todo o território paulista e de outros Estados”, comenta o biólogo Pedro de Oliva Neto, coordenador do curso de Biotecnologia.
Oliva Neto enfatiza que os atuais profissionais que atuam no campo da Biotecnologia – conjunto de técnicas que interferem nos processos biológicos com fins produtivos – provêm geralmente de campos como Biologia, Engenharia de Alimentos e Farmácia e necessitam passar por cursos de adaptação. “Com o curso de Biotecnologia, durante quatro anos, o futuro profissional recebe uma formação polivalente, abrangendo áreas como Química, Física, Biologia, Matemática e Informática”, esclarece.
“Os formados do curso poderão atuar em ramos que vão de institutos de pesquisa a segmentos como agroindústria, indústria alimentícia e farmacêutica.”
Assim como no caso de Biotecnologia, os formados no curso de Física Biológica – o primeiro do Brasil em seu setor – também estarão preparados para se envolver com as conseqüências dos dados gerados nas novas fronteiras da Biologia, como a Genômica e a Proteômica, lidando respectivamente com genomas e proteínas. “O conhecimento do sistema biológico e os processos para sua transformação vão levar a uma nova revolução industrial, que hoje dá seus primeiros sinais”, afirma José Roberto Ruggiero, coordenador do curso, oferecido no Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce) da UNESP, campus de São José do Rio Preto.
Ruggiero explica que o curso formará bacharéis em Física que aplicarão os conhecimentos de seu campo de estudo – da Ótica
e Termodinâmica à Mecânica Quântica – para entender fenômenos como a estrutura tridimensional de proteínas. “Estamos fornecendo uma formação ampla para profissionais voltados para um mercado ainda restrito, mas que poderá ajudar o Brasil a dominar um conhecimento valioso para seu futuro, principalmente na área biotecnológica”, explica.
A íntegra desta matéria e mais informações estão disponíveis no site www.unesp.br
V.C.