Quem são os meninos que sobrevivem nas ruas? Para responder a esta questão, a psicóloga Carmem Justo empreendeu uma pesquisa ao longo de cinco anos, envolvendo entrevistas, oficinas de música, fotografia e vivências com meninos em situação de rua, que culminou em sua tese de doutorado.
O livro ‘Os Meninos fotógrafos e os Educadores – Viver na rua e no Projeto Casa’ busca refletir sobre os significados que os meninos e meninas de rua atribuem às próprias histórias de suas vidas, quais são seus sonhos e medos, o que os motiva a viver nas ruas, que imagens têm da escola, da família, de seus pais e de educadores, bem como qual o papel dos projetos de inclusão social, especificamente o trabalho desenvolvido na ‘Casa do Pequeno Cidadão’.
Criada na cidade de Marília, interior paulista, em 1997, o local atende cerca de 1.100 crianças e adolescentes da cidade.
O livro resgata a história da infância e da assistência à criança, abordando temas como o infanticídio, até hoje praticado, mesmo que de forma simbólica, pois a criança ainda é vista por muitos como um ser humano incompleto, inferior, como sujeito pré-histórico.
Resgata, ainda, a condição desumana de meninos que vivem nas ruas, vulneráveis a situações de violência, em que o indivíduo é submetido a uma coerção e a um desprazer incongruente com o crescimento, desenvolvimento e manutenção de seu bem-estar. Contextualiza as diferentes violências, sejam elas de cunho social, econômico, familiar, cultural ou escolar.
O livro contribui, portanto, para a reflexão de educadores sociais sobre políticas de atenção à infância, e mostra que é possível conhecer e estimular crianças e adolescentes de rua a protagonizarem suas próprias vidas, sendo sujeitos de sua própria história.
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Da Assessoria de Imprensa da Unesp
V.C.
