Da Agência Imprensa Oficial e Assessoria de Imprensa da Unesp
O médico dermatologista Vidal Haddad, professor da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu, pesquisou os acidentes provocados por peixes em sete colônias de pescadores situadas às margens do Rio Tietê.
O projeto tinha o objetivo de complementar o Atlas de Animais Aquáticos Perigosos do Brasil, escrito por Haddad e lançado em 2000. Mas, com o auxílio do médico Euclides Denardi Júnior, o professor ampliou a pesquisa para sete colônias com 52 pescadores, que vivem em estilo primitivo. Detectaram que os principais peixes causadores de ferimentos variam de acordo com a região.
Em quatro dessas colônias (localizadas em Anhembi, Botucatu e Ibitinga), verificaram que a maioria dos acidentes resultam de ferroadas venenosas de peixes mandis. O ferimento pode incapacitar o pescador por quase 24 horas.
Acidentes de pesca
Esses ribeirinhas desconhecem medidas simples de prevenção e tratamento de acidentes ocorridos durante a pesca. Empregam alternativas populares como esfregar o olho ou o limo da pele do mandi no local afetado, passar pinga ou álcool nos cortes e até urinar em cima do ferimento.
O dermatologista recomenda que o tratamento ideal é imergir o membro atingido em água quente. ‘Com prevenção e informação conseguimos reduzir a zero os acidentes com mandis. Aconselhamos os pescadores a recolher os ferrões desses peixes, que são jogados no chão do barco e dos ancoradouros. Também explicamos os cuidados necessários para retirar os animais dos anzóis ou redes.’
No baixo Rio Tietê (a partir de Piraju e Nova Horizonte), os casos mais freqüentes são de ferimentos por piranhas. As pessoas são mordidas ao retirar o peixe do anzol ou das redes. ‘Com o represamento das águas nesse trecho, as águas ficaram mais calmas, possibilitando proliferação de piranhas, corvinas de água doce e acarás’, diz o professor. As arraias de água doce, que ocasionam ferimentos graves (têm ferrões venenosos) estão chegando ao Tietê.
(AM)