O presidente da CPTM criou nesta quinta-feira, dia 18, uma comissão de sindicância para apurar a ocorrência registrada com a rede aérea do trecho Jurubatuba-Varginha e que causou a interrupção da circulação de trens no referido trecho. A comissão deverá não só apurar as causas, mas relacionar as medidas adotadas, as conseqüências e as condições de segurança para o restabelecimento e a continuidade do serviço.
A Comissão de Sindicância terá que apresentar um relatório conclusivo no prazo de oito dias. O Grupo é constituído por engenheiros das diretorias de Operações e Manutenção, de Engenharia e Obras, e pelo chefe de gabinete da Presidência da empresa. Nesse período, a CPTM terá acionado o Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência – PAESE – que fará o transporte gratuito dos usuários, por ônibus, entre Jurubatuba e Varginha.
O trecho é motivo de permanente preocupação para as áreas técnicas e operacionais da CPTM. Ali, o leito permanente de uma só via com bitola de um metro, originária das antigas linhas da Sorocabana, necessita de cuidados especiais e que, em geral, implicam na interrupção da circulação dos trens. Isso porque, a existência de apenas uma via impede o tráfego simultâneo dos trens de passageiros, das composições de manutenção, do transporte de cargas e das equipes de reparos.
A CPTM já tem elaborados os projetos de modernização do trecho e várias alternativas de implementação dessas ações. Há, em todas as soluções, contudo, um pressuposto básico: a suspensão dos serviços, ou seja a interrupção da circulação dos trens por longos períodos.
Para atendimento à população que hoje utiliza ali dos serviços da CPTM (cerca de 10 mil usuários/dia) seria necessária a mobilização de outros equipamentos, com a implantação de linhas de ônibus ao longo de todo o trecho Jurubatuba-Varginha. Trata-se de uma operação que precisará da intervenção de outros agentes de serviços públicos, e que, por isso, não poderá ser objeto de uma decisão isolada da CPTM.
Vale lembrar, ainda, que, atualmente, os trens que operam no trecho Jurubatuba-Varginha, até pelas condições da via permanente, que é singela e de bitola métrica, não incorporam as qualificações técnicas que, hoje, são usuais em toda o restante da frota da CPTM: maiores atributos de segurança e conforto para os usuários, e maior velocidade de marcha.
No trecho Jurubatuba-Varginha circulam os trens Kawasaki, de origem japonesa, adquiridos pela antiga E.F. Sorocabana na década de 50, e que são os únicos de bitola métrica existentes no acervo de material rodante da CPTM. Por essa razão, não podem ser substituídos pelos equipamentos mais modernos da empresa, e que têm bitola de 1,60 m.
É oportuno também registrar que as possíveis obras a realizar no trecho Jurabatuba-Varginha deverão passar por uma ampla análise dos órgãos de gestão ambiental, uma vez que grande parte do traçado encontra-se situado em áreas de proteção de mananciais.
