Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin concedida nesta terça-feira

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ter, 28/08/2001 - 18h07 | Do Portal do Governo

Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin concedida nesta terça-feira, dia 28 de agosto, após inauguração oficial do ponto público de acesso á Internet no Poupatempo Santo Amaro

Poupatempo

Pergunta: Governador, a inclusão digital pode ser considerada um importante projeto social do governo.Por quê?

Alckmin: Esse é um projeto importante, é o chamado Acessa São Paulo, então nós já temos seis desses instrumentos em regiões periféricas. Os monitores ensinam as pessoas a trabalhar com computador e entrar na internet. Aqui no Poupatempo de Santo Amaro, que está comemorando esta semana três anos, já foram atendidas 8 milhões de pessoas; são 13 mil atendimentos por dia. Aqui foi instalado o Acessa São Paulo. Durante todo o tempo 15 computadores servem às pessoas que vêem ao Poupatempo de Santo Amaro. E este serviço vai ser instalado em todos os postos do Poupatempo do Estado de São Paulo, com monitores e pessoas orientando. Então as pessoas vêem aqui para entrar na internet, se qualificar para emprego, se inscrever em programas de qualificação profissional em busca de emprego, informação pública, passar e-mail e receber para outras pessoas, enfim, todo acesso à Internet. Só no dia de ontem foram 230 pessoas que se utilizaram do Acessa São Paulo em Santo Amaro.

Sobre o seqüestro de Patrícia Abravanel

Pergunta: Governador, hoje de madrugada terminou o seqüestro da filha do empresário Sílvio Santos. Ontem outras duas pessoas foram seqüestradas em São Paulo. São Paulo vive uma onde de seqüestro? E por quê está vivendo esta onda?

Alckmin: Nós estamos reforçando todo o trabalho da Delegacia Anti-seqüestro. Até o helicóptero do governador, nós doamos o helicóptero para a polícia. Ele está hoje servindo a Delegacia Anti-seqüestro e o Depatri, a Delegacia Contra Roubo ao Patrimônio. Vamos reforçar a delegacia aqui de São Paulo, aumentar o contigente de pessoas, criar mais delegacias em regiões estratégicas do Interior do Estado. Já foram presas, até agora, só este ano 126 seqüestradores e sete foram mortos em confronto com a polícia. Cento e vinte e seis seqüestradores foram presos, 19 cativeiros foram estourados e as pessoas libertadas e a polícia vai agir com absoluta firmeza e é questão de honra também nós desvendarmos esses casos todos, e prendermos os seqüestradores.

Pergunta: E por que, ainda assim, o número de seqüestro vem aumentando, governador?

Alckmin: Porque diminuíram outros tipos, essas quadrilhas especializadas que faziam assalto a banco, outro tipo de delito, na medida que diminui este tipo de crime por aumento de segurança, de ação estratégica da polícia, migrou para a questão do seqüestro. Mas esse incremento vai ser forte. Eu tenho plena convicção de que nós vamos diminuir esses números.

Pergunta: O governo do Rio de Janeiro criticou esse aumento do número de seqüestros em São Paulo, dizendo que no Rio a situação melhorou, enquanto aqui a situação piorou. É isso que aconteceu mesmo? O senhor acha que os seqüestradores cariocas estão vindo para cá?

Alckmin: Não sei. Os números de São Paulo são confiáveis. Os números de São Paulo são públicos, abertos à população, transparentes, ninguém omite nem um número. Números bons são apresentados e números ruins também são apresentados. Eu não tenho os números do Rio de Janeiro, não sei a maneira como esses números são levantados, então eu não vou me envolver na questão do Rio de Janeiro porque eu não a conheço. O secretário de Segurança Pública vai agora dar uma entrevista coletiva detalhando todas essas questões.

Pergunta: Governador, o senhor já deve ter conversado com o secretário de Segurança em relação ao seqüestro da filha do empresário Sílvio Santos. A polícia já tem boas informações para encontrar os seqüestradores?

Alckmin: A polícia tem informações, vai trabalhar firmemente neste caso. Nós temos convicção de que nós vamos conseguir desvendar esta questão e prender os seqüestradores, essa é a determinação da polícia.

Pergunta: Quantos seqüestros têm hoje acontecendo em São Paulo, governador?

Alckmin: O secretário poderá detalhar esses casos. Ontem nós tínhamos dois. Aliás, tínhamos três no dia de ontem, mas ele pode detalhar, aliás, eu lhe passo os números que eu tenho. Isso pode estar sujeito a alguma correção, mas os números eram de que nós tivemos este ano aproximadamente seis seqüestros até este momento. No primeiro semestre, mais esse pedacinho deste segundo semestre, foram 126 seqüestradores presos, sete morreram em confronto com a polícia, 19 cativeiros foram estourados e nós vamos fortalecer a Delegacia Anti-Seqüestro na Capital e criar mais delegacias anti-seqüestros em algumas capitais regionais de São Paulo que nos preocupa.

Pergunta: Governador, é muito seqüestro, não é?

Alckmin: Não há dúvida. Houve queda de outros índices. Por exemplo, latrocínio caiu mais de 40%. Roubo seguido de morte, houve uma queda enorme. Roubo e furto de automóvel, houve uma queda muito significativa. Outros crimes infelizmente aumentaram, o seqüestro é um deles. E o esforço da polícia vai ser absoluto nesta questão.

Pergunta: No caso específico da filha do Sílvio Santos, como foi o fim do seqüestro, se foi pago o resgate, se ela fugiu?

Alckmin: O secretário da Segurança Pública, Marco Vinício Petreluzzi, vai transmitir na sua coletiva.

Pergunta: Maluf faz hoje duras críticas ao seu governo, pelo menos aos seis meses que o senhor assumiu efetivamente, responsabilizando o senhor pelo apagão e também fala do aditamento do Rodoanel, dizendo que é o maior escândalo do Estado de São Paulo. Como o senhor vê essas críticas?

Alckmin: Eu só vou me preocupar com o Maluf o dia que ele me elogiar, enquanto ele estiver me criticando eu não tenho nenhuma preocupação. Acho que todos os fatos recentes estão provando o termo malufar. O Maluf é um fujão, que quando é apertado pela polícia foge para Paris, e fica lá fazendo o que, ninguém sabe. Agora, quando volta, ao invés de se explicar à justiça, vem com lorota… Não tem nenhum responsável pelo apagão, uma questão estrutural do país inteiro, aliás, a principal geradora de energia elétrica do Estado de São Paulo, que é a CESP Paraná, eu suspendi a privatização; começou no governo Maluf, era uma obra absurdamente cara e levou mais de 20 anos para ser concluída, 1979 a 1999, não gerou um MW. Mário Covas colocou a primeira turbina, eu coloquei a 7a, 8a, 9a, 10a , 11a e vou colocar mais três e terminar a hidrelétrica de Porto Primavera, como estamos fazendo, ampliando a termelétrica de Piratininga, instalando novas termelétricas em São Paulo. O governo Mário Covas agregou 2.680 MW a mais no Estado de São Paulo, que é um fato recorde, exigiu nas duas geradoras privatizadas 15% de aumento na capacidade instalada. Eu acho que o Maluf está muito preocupado com a Ilha de Jersey e está muito mal informado, está falando bobagem. São Paulo foi o único Estado que exigiu aumento da capacidade instalada das duas geradoras que privatizou.

Pergunta: Agora, com a quebra do sigilo fiscal e bancário, o senhor acha que a justiça conseguiria encontrar alguma prova de desvio de dinheiro?

Alckmin: Eu cuido de política. Assunto de polícia e de justiça é com a polícia e com a justiça.