Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin concedida nesta terça-feira, dia 7, no

Parte Final

ter, 07/08/2001 - 16h14 | Do Portal do Governo

Parte Final

Repórter – Mas, a arrecadação de julho não foi zero?

Alckmin – Em julho a arrecadação foi boa.

Repórter– O crescimento, zero.

Alckmin – É, mas ainda foi boa. Não teve nenhuma queda em relação ao previsto, porque o fato gerador é sempre antes.

Turismo

Repórter – Em relação ao Estado de São Paulo, como nós poderíamos informar melhor sobre um item que é de boa arrecadação, que é o turismo de eventos e de negócios, porque sabe-se que para trazer bastante dinheiro de fora é preciso incrementar o turismo de eventos, especialmente os Congressos e as Feiras. O que o senhor poderia comunicar do Estado em relação a esse segmento da economia?

Alckmin – Isso é importante, porque na área do turismo as pessoas só vão querer visitar e conhecer aquilo que elas tiverem boas informações. São Paulo tem um enorme potencial turístico. Nós temos estâncias climáticas maravilhosas, artesanato, turismo religioso, histórico, um potencial enorme. Temos mais de 60 estâncias turísticas, temos turismo de negócios, turismo cultural, por exemplo a Sala São Paulo, a maior sala de concertos da América Latina. Essa estratégia de comunicação é fundamental para fazer crescer o turismo, que é gerador de emprego e criador de renda para a população.

Repórter– E o que é possível fazer ainda dentro do seu governo, nesse espaço de tempo, para incrementar esse segmento para trazer mais divisas? O dinheiro vir de fora e sem dívidas, sem juros?

Alckmin – Nós estamos fazendo com os municípios, que são estâncias, toda uma estratégia de comunicação que vai desde outdoor na entrada da cidade, portal, folder, comunicação por rádio, jornal, televisão, mala direta… Enfim, temos vários sistemas para divulgar. E mais, você divulga uma região toda. Por exemplo, o Circuito das Águas, em vez de cada município fazer sua divulgação individual é feito um trabalho conjunto. Pega o Circuito das Águas e mostra o potencial turístico de cinco, seis, sete cidades. Mostra os seus recursos naturais, suas singularidades. Esse é o caminho.

Precatórios

Repórter– Governador, o senhor decidiu, por enquanto, não enviar à Assembléia o projeto dos precatórios até R$ 10 mil. Por quê?

Alckmin – Quero ver se mando ainda hoje ou, no máximo, amanhã. Acontece o seguinte: a emenda constitucional número 30, aprovada pelo Congresso Nacional, possibilitou por lei o pagamento antecipado dos precatórios de pequeno porte. Então, preparamos um projeto de lei dizendo o que é um precatório de pequeno valor, que para nós é de até R$ 10 mil. Não há dúvida em relação aos precatórios não-alimentares que são referidos na emenda nº 30 e que podem ser pagos em dez anos, 10% ao ano. Os de pequeno valor podem ser pagos desde que haja uma lei que defina o que é o precatório de pequeno valor. Isso está pronto. E como fica o alimentar? Esse é o problema. Então o pessoal que tem precatório alimentar de pequeno valor vai dizer ‘bom, mas eu também quero’. E ainda teria uma situação mais estranha: daqui para frente quem entrasse com uma ação alimentar, salário, contra o governo e ganhasse, você pagaria em 90 dias. Chega o ofício e você quita em 90 dias. Mas o pessoal que está esperando desde 1998, 1999, você não poderia pagar. Você teria que pagar na ordem cronológica. Ficaria estranho. Nós estamos tentando dar uma reestudada para ver se a gente também pode pagar de uma vez só o de pequeno valor, o de estoque e o alimentar. Esse é o objetivo, ver se a gente consegue incluir. A dúvida é a seguinte: a emenda nº 30 não fala do alimentar, do estoque. Ela só fala do estoque do não-alimentar. Ontem ficamos até tarde verificando isso. Hoje vamos nos debruçar sobre isso e, se a gente resolver, nós mandamos ainda hoje. Se não, acho que até amanhã deve estar na Assembléia Legislativa.

Manifestação

Repórter– Governador, amanhã está programada uma grande manifestação na cidade de São Paulo e o secretário municipal de Transportes disse que o Governo do Estado deveria assumir a sua responsabilidade e ser mais enérgico contra essas manifestações. Como o senhor vê essa declaração?

Alckmin – Olha, atos de vandalismo, de depredação, de atentado à vida das pessoas e ao patrimônio público vão ser coibidos com absoluta firmeza. Aliás, eu mandei até o secretário levantar o número de pessoas presas por praticarem esses atos. A Polícia vai agir com absoluta firmeza. Até já colocamos um determinado número de policiais à disposição da prefeitura.

Despoluição do Tietê

Repórter– Em relação à despoluição do Tietê, como está o acerto com a Petrobrás. O secretário disse que está muito próximo de chegar ao acordo. O que falta e quando sai esse acordo?

Alckmin – Acho que está finalizando. É um acordo entre a Petrobrás e a Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), em que a Petrobrás fez uma série de exigências em termos de documentação, de esclarecimentos jurídicos, questões legais, todos esses esclarecimentos foram prestados. A idéia é fazer um convênio Petrobrás/Emae. Não há necessidade de licitação, porque ambas são empresas públicas e com isso você viabiliza os recursos de uma e de outra para iniciar o processo de tratamento de esgoto do Pinheiros por meio da flotação. À medida que o Pinheiros for atingindo a chamada Classe 2 da qualidade da água, ela pode ser bombeada para a Billings e gerar mais energia elétrica em Henry Borden. E mais ainda: na medida em que melhorar a qualidade da água do Pinheiros isso vai gerar mais energia elétrica na termoelétrica de Piratininga. Então, você tem um duplo benefício: gera mais energia em Henry Borden e, por aumento de eficiência, em Piratininga.

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Parte 1