Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin concedida após inauguração oficial do P

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ter, 28/08/2001 - 15h01 | Do Portal do Governo

Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin concedida nesta terça-feira, dia 28, após inauguração oficial do Ponto Público de Acesso à Internet no Poupatempo Santo Amaro

Rodoanel

Pergunta: O que é malufar, governador? Só uma última questão: o prefeito Paulo Maluf disse hoje que a obra do Rodoanel é o maior escândalo do Estado de São Paulo. Ele, que é acusado de tantas irregularidades. Associando isso ao termo malufar, eu gostaria que o senhor explicasse o termo e também em relação a esta declaração que o ex-prefeito disse.

Alckmin: Olha, em relação à declaração do ex-prefeito, eu vou responder não a ele, mas em respeito aos ouvintes da rádio Jovem Pan. O Rodoanel é uma das obras mais baratas do Estado de São Paulo comparada a obras da mesma classe. Ela vai custar, depois de pronta – no ano que vem – R$ 575 milhões. O preço inicial da Dersa era de R$ 600 milhões, portanto, R$ 25 milhões mais barata que o projeto inicial. Segundo: comparativamente com obras do mesmo porte, ela vai custar R$ 11 milhões o quilômetro. A Bandeirantes custou R$ 17 milhões o quilômetro, a Ayrton Senna, R$ 21 mi, a Carvalho Pinto, R$ 27 mi, e a obra do Maluf, que é Água Espraiada, custou R$ 55 milhões o quilômetro. Então é ridícula a afirmação. A obra mais importante de São Paulo, os maiores túneis de secção transversal do Estado, obras de arte, ponte sobre o rio Tietê, sobre a Castello Branco, obras gigantescas, uma intervenção urbana enorme, ligando cinco das maiores auto-estradas que chegam em São Paulo – Régis Bittencourt, Castello Branco, Raposo Tavares, Anhangüera, Bandeirantes – e até a estrada velha de Campinas, isso vai ter um forte papel no desenvolvimento da região metropolitana, que ajuda a desenfartar a cidade, tirando o caminhão do centro da cidade, tirando o tráfego pesado, abrindo uma nova linha de novos investimentos ao longo da rodovia. Sobre a questão do aditivo, nós tivemos absoluta responsabilidade. Seria muito cômodo parar a obra e licitar novamente, mas seria totalmente irresponsável. A população teria que pagar R$ 270, R$ 280 milhões a mais, porque o preço do Rodoanel refere-se ao contrato de 1998. Se licitar novamente, os preços serão outros. Nós estamos à disposição de quem quiser verificar, isso custaria muito mais caro. O objetivo da lei de licitação é preservar o dinheiro público, tanto é que o STJ – Superior Tribunal de Justiça – fez aditivo maior que 25%, é a Suprema Corte do País. E foi aprovada pelo Tribunal de Contas da União, que tem todas as justificativas para que você possa passar dos 25%. Não houve nenhum aumento de preço, os preços são exatamente os mesmos da concorrência, o que houve foram obras que não estavam previstas no projeto básico e que tiveram que ser feitas, tendo em vista a grandiosidade da obra. A Procuradoria Geral do Estado de São Paulo deu parecer favorável e a Dra. Rosali é extremamente rigorosa, o professor Miguel Reale foi mais longe, dizendo que o poder implica deveres. O governante tem o dever de saber que, se parar uma obra, vai custar mais caro ao bolso do contribuinte. Ele tem o dever de respeitar o dinheiro do povo e de fazer a obra mais barata, e o mais barato é terminá-la. O Rodoanel pode ser comparado a qualquer das auto-estradas de São Paulo, será a obra mais difícil, porque está em plena região metropolitana, mas a mais barata das obras estaduais.

Eleições

Pergunta: (inaudível) ataques do ex-prefeito já pensando em eleições do próximo ano?

Alckmin: Eu não vou fazer polêmica com o ex-prefeito, ele tem que conversar é com a Polícia.

Seqüestro

Pergunta: O Governo vem fazendo alguma coisa no sentido de coibir os seqüestros que vêm ocorrendo em São Paulo?

Alckmin: Sim, aliás nós estamos concentrando todos os nossos esforços. Houve sim um aumento de seqüestros, infelizmente. Embora os outros crimes tenham caído, caiu latrocínio, mais de 40%, roubo e furto de automóvel, significativamente… Infelizmente aumentou o seqüestro, já foram presos 127 seqüestradores, sete foram mortos em confronto com a Polícia. Até o helicóptero da Polícia já foi doado para a Delegacia Anti-Seqüestro e para o Depatri e vamos abrir mais delegacias anti-seqüestro em regiões estratégicas.

Pergunta: Com esse números positivos, porque o seqüestro tem aumentado em São Paulo?

Alckmin: Infelizmente algumas quadrilhas que agiam em assalto a banco e outras áreas, que ficaram mais difíceis, migraram para esse tipo de delito, mas vão ser enfrentados e nós vamos descobrir esses seqüestradores. Dezenove cativeiros já foram estourados e vamos agir firmemente.