Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin após visita ao Hospital Pirajussara, em

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qua, 19/12/2001 - 15h59 | Do Portal do Governo

Organizações sociais que dirigem os hospitais

Pergunta: Queria que o senhor desse a sua opinião sobre os hospitais que funcionam nesta lei das organizações sociais.

Alckmin: Acho que foi uma experiência bem sucedida. Na realidade, a única diferença é entre hospital estatal e hospital público. E este é um hospital público porque ele atende 100% a população gratuitamente, universalidade, atende a todos com eqüidade, atende a todos de forma igual. É um hospital do SUS, um hospital do Estado de São Paulo. Agora, o gerenciamento, é interessante que você faça com uma Organização Social, porque você tem novos modelos gerenciais, mais agilidade, atende mais pacientes, introduz novas técnicas. Então, é um sucesso e não é barato. No ano que vem nós vamos, só em custeio nas Organizações Sociais, despender R$ 386 milhões. Ou seja, R$ 1 milhão por dia nos 13 hospitais. Mas o que se vê aqui é extraordinário. Quando é que se poderia imaginar que aqui em Taboão da Serra tivesse um hospital que faz cirurgia cardíaca, que faz ponte de safena, troca de válvula, aneurisma, cirurgias das mais alta complexidade? Você tem recursos humanos muito bem preparados e os nossos parceiros geralmente são universidades. Aqui a Unifesp – a Escola Paulista de Medicina –, em outro hospital é a Unisa, a Santa Casa de São Paulo, a Unicamp. Você reúne também a universidade, novas tecnologias. Um modelo bem sucedido.

Pergunta: Voltando à questão dos hospitais, o Governo do Estado pretende ampliar este sistema?

Alckmin: Estamos ampliando. Santo André já é também de contrato de gestão com organização social. Os hospitais novos todos entram neste modelo de organização social.

Pergunta: Mas quantos estão previstos para o ano que vem?

Alckmin: Nós acabamos de entregar Vila Alpina. Vamos entregar no ano que vem Sapopemba, na Zona Leste, e Bauru, no Interior, e em São José dos Campos.

Pergunta: E já foi definido quem vai fazer gestão?

Alckmin: Não. Esta é uma discussão que ocorre na Secretaria da Saúde. Geralmente você procura ter uma universidade, uma faculdade, uma organização social que tenha expertise na área. Na Zona Leste é a Santa Marcelina. Na região Sul é a Escola Paulista de Medicina – a Unisa. Você procura uma organização social com experiência na área.

Segurança Pública

Pergunta: Ontem o senhor falou que vai haver mudanças estruturais na segurança pública do Estado, mas não as detalhou. Queria ver se o senhor pode dar conta do que deve ser a curto prazo?

Alckmin: Olha, nós estamos fazendo mudanças todos os dias e vamos continuar fazendo. Por exemplo: a integração das policias; a informatização; a grande reforma no sistema penitenciário com a desativação do Carandiru e as novas penitenciárias; a nova contratação dos guardas de muralhas, mais quatro mil PMs voltando para as ruas; o Disque-Denúncia, que vai ser ampliado para o Interior; o Infocrim que também vai para o Interior. São mudanças importantes que já vinham sendo feitas e vão ser feitas em maior velocidade.

Pergunta: Alguma coisa na área de combate à corrupção policial, governador?

Alckmin: Isso já ocorre através da Corregedoria. Nós devemos terminar o ano com mais de 490 policiais demitidos a bem do serviço público. Este trabalho já vem ocorrendo. Denúncias só ajudam a polícia. Se alguém sabe de alguma denúncia, deve avisar para tirar maus policiais das ruas. Denúncia aqui no governo é apurada em profundidade, de maneira séria e comprovada. Para mau policial é rua e cadeia.

Pergunta: O senhor não acha que a Corregedoria age na esteira destas denúncias, devia investir um pouco mais em correção, que é se antecipar um pouco às denúncias?

Alckmin: Olha, eu vou lhe dar um dado: antes do governo Mário Covas, num governo inteiro de quatro anos, foram demitidos 490 policiais. Só neste ano nós estamos demitindo mais de 490 policiais. Tem havido esforço neste sentido. Uma denúncia precisa ser comprovada, até porque a pessoa entra na Justiça, ganha e volta.

Pergunta: Minha dúvida é a seguinte governador: o senhor está satisfeito com este trabalho de correção policial? Há o que fazer, e o que fazer?

Alckmin: A Corregedoria tem trabalhado. Eu estou te dando números que mostram o esforço que está se fazendo para tirar os maus policiais das ruas. Você está tendo uma seleção melhor na entrada dos novos policiais. Hoje, para entrar na academia do Barro Brando, por exemplo, é pelo vestibular da Fuvest. Está ocorrendo uma seleção no ingresso. Outro cuidado é não deixa efetivar com dois anos aqueles que você não acha que sejam bons policiais, você tira antes da efetivação. E os demais, apurou, comprovou, manda embora.

Pergunta: O novo corregedor disse ontem que ía integrar um processo de depuração da polícia. Isto é uma orientação do senhor? E como deve se dar este processo? O senhor deve ter entrado em contato com o doutor Desgualdo, imagino, diariamente sobre isso.

Alckmin: Eu gostei da declaração do Dr. Genofre. Ele é um delegado muito respeitado. Era o diretor da Academia da Polícia Civil. É um delegado muito experiente, sério, com enorme credibilidade e acho que vai fazer um bom trabalho. Ele tem todo o respaldo do Governo.

Pergunta: A orientação é essa mesmo, que a Corregedoria então dê, na verdade, a largada a um processo deste tipo?

Alckmin: É esta mesmo. Toda denúncia apurada com profundidade, comprovada, é demissão a bem do serviço público. Envolva a quem envolver.