Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin após reunião com a prefeita de Campinas

Parte I

seg, 24/09/2001 - 18h14 | Do Portal do Governo

Parte I

Reunião

Pergunta: Como foi a reunião com a prefeita de Campinas?

Alckmin: Foi uma reunião proveitosa, onde nós ouvimos as reivindicações da comunidade de Campinas, grande parte delas na área de Segurança Pública, que é a maior preocupação da cidade. Nós explicitamos os esforços que o Governo vem fazendo, tanto na área de pessoal como de Centro de Detenção Provisória e equipamentos, e ouvimos as novas propostas, novas propostas, novos esforços que podem ser feitos. Foi uma reunião boa, onde todos tiveram possibilidade de expor seu pensamento, sua preocupação. Nós vamos, em um prazo de dez dias, um pequeno grupo de trabalho, apresentar um conjunto de medidas imediatas e de médio prazo que podem ser de responsabilidade do Estado, do município e até da sociedade civil, cada um colaborando na sua área. A segunda parte da reunião foi sobre parcerias como as que nós estamos fazendo aqui na Capital, com a prefeitura de São Paulo. Parceria entre o Estado e o município de Campinas nas várias áreas: segurança pública, especialmente na área social, Cento de Integração da Cidadania, Banco do Povo, Cidade Judiciária, área habitacional. Nós podemos, através de um forte programa habitacional, gerar muito emprego na cidade e enfrentar o problema de áreas que precisam de habitação. A terceira parte da reunião foi especificamente sobre o aeroporto de Viracopos. Nós devemos, em aproximadamente 15 dias, assinar um protocolo com a Infraero e acho que isso também pode ajudar, pois vai trazer recursos para a cidade, e se fizermos um trabalho bem articulado para reassentar as famílias, podemos fazê-lo de maneira mais planejada e também gerando empregos através da construção civil.

Polícia

Pergunta: O que o Governo pretende fazer com relação a equipamentos e pessoal para segurança pública em Campinas?

Alckmin: Um primeiro esforço já vem sendo feito. Nós deveremos entregar em trinta ou quarenta dias mais um Centro de Detenção Provisória. O último Distrito Policial de Campinas desativa a carceragem e libera a Policia Civil para fazer o seu trabalho investigativo. Acho que até outubro o Centro de Hortolândia deverá estar inaugurado. Além do que a Polícia já está fazendo, esse grupo de trabalho vai indicar medidas bem objetivas e aquilo que for de responsabilidade do Estado, vamos procurar implementar. O aumento do efetivo já está acontecendo: nós nomeamos há 90 dias 198 novos delegados de polícia e 800 investigadores. Claro que ainda não é o suficiente, mas já demos mais um passo. Agora vamos dar mais um passo na questão da Polícia Técnica Científica e no caso da Polícia Militar. A maneira mais rápida de aumentar o efetivo é contratando os guardas penitenciários. A Assembléia aprovou a lei que cria quatro mil cargos e nós vamos poder liberar quatro mil agentes penitenciários para fazer o policiamento ostensivo nas ruas. Infelizmente, quanto mais penitenciária você faz – e elas são necessárias, pois nós estamos hoje com mais de 97 mil presos e vamos chegar rapidamente a 100 mil -, mais policial militar você confina. Esses quatro mil serão para o Estado todo, concentrando onde houver mais necessidade. Equipamentos: nós temos comprado novas viaturas, armamento, colete a prova de bala, informática, integração da polícia, até o helicóptero do governador foi doado para a polícia, e vamos fazer uma compra maior de equipamento.

Pergunta: (inaudível)

Alckmin: Eu não vejo nenhum problema da Polícia Federal colaborar, a responsabilidade jurídica é do Estado, mas acho que tudo que puder ajudar para esclarecer o crime é importante.

Pergunta: O senhor acompanhou o relatório enviado pela Polícia Federal?

Alckmin: Eu não tenho os detalhes, mas tenho acompanhado diariamente com o secretário da Segurança Pública. Existem várias linhas de investigação, todas estão sendo aprofundadas no sentido de elucidar o caso o mais rapidamente possível.

Pergunta: Duas semanas depois e ainda não há nenhuma pista dos criminosos. Como o senhor avalia?

Alckmin: O ideal é que nós tivéssemos isso esclarecido o mais rapidamente possível. Há determinados crimes que em 24, 48 horas são esclarecidos. Infelizmente, em outros não há dados necessários para se fazer uma afirmação categórica. A polícia tem trabalhado com absoluto empenho, vários exames de criminalística têm sido feitos. A Polícia tem até mantido uma certa reserva para não prejudicar as investigações. Eu acho que até em determinados casos o sigilo é uma questão ética, no sentido da apuração do problema.

Pergunta: Homens da Homicídio de São Paulo vão trabalhar no caso em Campinas?

Alckmin: Se houver necessidade a Polícia requisita e vai fazer o maior empenho para que seja esclarecido rapidamente.

Pergunta: O que aconteceu com a professora reforça a necessidade do Governo em reforçar a segurança nas escolas?

Alckmin: Esse esforço na segurança já vem acontecendo, mas é claro que reforça.