Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin após lançamento do Programa de Incentiv

Parte I

sex, 21/09/2001 - 15h23 | Do Portal do Governo

Parte I

Programa de Incentivo ao Plantio de Madeira de Lei

Repórter – Governador, que árvore o senhor plantou?

Alckmin – Eu plantei um Jataí.

Repórter – Que programa é esse, governador?

Alckmin – Esse é um programa que, neste ano, o Governo vai investir R$ 500 mil do Tesouro Estadual e, no ano 2002, R$ 1,6 milhão. Então, praticamente, R$ 2,1 milhões e plantando em área públicas do Governo, 1.100 hectares de bosque-padrão. Esse bosque vai ter madeiras de lei e árvores frutíferas para poder ter fauna também, ter a chamada floresta viva. E o setor privado também vai fazer o bosque padrão, com as mesmas árvores de madeira de lei. São cinco escolhidas inicialmente, depois a quantidade de espécies pode ser ampliada. Com isso se pode criar um mercado futuro, porque a madeira de lei vai passar a ser uma commodity. São investimentos de 30 a 40 anos, mas fundamentais sob o ponto de vista ambiental para recompor as nossas florestas e, ao mesmo tempo, terá um outro valor econômico, que é o chamado seqüestro do carbono. Ou seja, as florestas retiram o carbono do ar e fixam através da fotossíntese. A Fundação Paula Souza vai qualificar e capacitar os jovens nas escolas técnicas agrícolas do Estado. Isso também vai gerar emprego aqui em São Paulo e nós pretendemos, até o ano que vem, plantar um milhão, 290 mil mudas de árvores de madeira de lei. Além disso, o Feap (Fundo de Expansão da Agropecuária Paulista) vai financiar o setor privado para fazer viveiros e também financiar os pequenos agricultores para a formação de matas ciliares para a preservação de mananciais, preservação de recursos naturais, além da distribuição de mudas. No próximo ano vamos comemorar um século da primeira Festa da Árvore, que aconteceu em Araras, no ano de 1902, idealizada por João Pedro Cardoso. Nós pretendemos que o ano 2002 seja o ano da árvore, para comemorarmos um século da primeira festa e podermos, com essa conscientização, ter um avanço ambiental e econômico que a madeira representa.

Repórter – Serão em 40 municípios? E quais os critérios escolhidos para a escolha dessas cidades?

Alckmin – Serão 46 municípios. No caso do Governo é onde temos áreas, geralmente são nos nossos institutos. Nós temos o Instituto Agronômico, que é uma área onde pode ser feito o bosque-padrão. O Instituto de Zootecnia, que tem áreas grandes. Também áreas da Sabesp, Emae, Cesp, Fundação Paula Souza, ou seja, onde o Governo tem fazendas para não haver necessidade de adquirir áreas. Por isso, os municípios escolhidos são aqueles que têm fazendas do Governo. Isso vai totalizar mais de 1.100 hectares de florestas a serem plantadas.

Repórter – Governador, hoje São Paulo é importador de madeira de lei. O senhor acha que esse programa pode um dia, futuramente, reverter isso?

Alckmin – Eu acho que sim. Acho que se houver uma conscientização e um investimento – o problema da madeira de lei é que ela é de retorno lento, então são árvores que levam, 30, 40, 50 anos para crescer. Mas se tem uma bolsa de mercadoria e futuro, ela vira uma commodity e você tem preço, você tem investimento.

Mudança do secretariado

Repórter – Governador, o senhor já escolheu os sucessores dos secretários que vão sair?

Alckmin – Na Casa Militar, o escolhido é o coronel Roberto Allegretti – ele é o chefe de gabinete do comandante-geral da Polícia Militar. Ele vai substituir o coronel Olavo Sant’Anna, que fez um bom trabalho na Casa Militar, especialmente na Defesa Civil. Na Secretaria de Comunicação ainda não escolhemos e eu queria destacar o trabalho do secretário Osvaldo Martins, que inclusive já tinha nos pedido, há alguns meses, para se dedicar totalmente à Fundação Mário Covas. Mas nós pedimos a ele que ficasse mais um período e ele concordou. Agora está saindo para se dedicar à Fundação. No caso da Secretaria de Esportes e Turismo, o que pretendemos é separá-la. Isso porque turismo é atividade econômica, é negócio. O Turismo vai se agregar à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico. E a área de Esporte ficará agregada com Lazer e Juventude, numa secretaria única, especialmente com um fator importante de promoção da pessoa humana e de se fazer um desempenho nesse trabalho.

Repórter – Governador, eu sei que o senhor não gosta de falar das eleições, mas eu queria tocar num ponto que é administrativo. O senhor tem pelo menos seis secretários que devem disputar um cargo no Legislativo em 2002. O que o senhor prefere, que essas pessoas saiam na data limite prevista pela legislação ou que eles saiam antes, para que o sucessor possa desenvolver um trabalho? Enfim, o senhor já pensou nisso?

Alckmin – Não, ainda não. Até vi hoje uma matéria no jornal dizendo que a lei determina que o prazo de desencompatibilização é de seis meses antes. Portanto, começa em abril. E uma hipótese é de saírem em dezembro, enfim, para quem for substituir ter um ano de gestão. Mas não há ainda uma decisão, ainda vamos decidir sobre isso.

Repórter – Mas os secretários candidatos já comunicaram ao senhor que pretendem disputar um cargo legislativo?

Alckmin – Alguns, os deputados certamente são candidatos à reeleição. Nós temos deputados estaduais e federais, esses com certeza devem ser candidatos. Outros não são deputados, mas me comunicaram que pretendem disputar as eleições. Nós vamos refletir sobre isso.

Repórter – Quem são eles?

Alckmin – Acho que é o Barelli e o André Montoro Filho. Os deputados que temos no Governo são o Mendes Thame, que é federal, e estaduais o Tripoli, o Marcos Mendonça e o João Caramez. Então, são três estaduais e um federal, além de outros dois que não são deputados mas, provavelmente, se a convenção assim decidir, deverão ser.