Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin após inauguração do Qualis Mata Virgem

Parte I

qua, 15/08/2001 - 17h18 | Do Portal do Governo

Qualis

Alckmin: Aqui são seis equipes de agentes comunitários de saúde e cada equipe atende mil famílias. Portanto são seis mil famílias aqui em Pedreira, região da Mata Virgem, divisa com Diadema. Fazendo uma média de quatro pessoas por família, serão atendidas aproximadamente 24 mil pessoas. A casa aqui é alugada e foi muito bem adaptada. O importante é a mudança de conceito, pois com o Qualis você não atende apenas doentes, você previne doenças. As pessoas são visitadas em suas casas pelas equipes de saúde, médicos, enfermeiros… as famílias possuem um médico de família.

Pergunta: Geralmente o Qualis é implantado na periferia, em áreas carentes, e no Interior, como é feito o critério para o Médico de Família?

Alckmin: No Interior, as prefeituras é que fazem, chama-se PSF – Programa de Saúde da Família. Como São Paulo não havia municipalizado a saúde, tinha optado pelo PAS, não havia esse trabalho. O Governo do Estado começou a fazer na Capital e hoje nós estamos chegando há mais de 800 mil pessoas atendidas pelo Qualis. E exatamente onde mais precisa, que é na periferia. Aliás, é importante destacar que o Governo tem atuado no atendimento primário à saúde que é o Qualis, e em um segundo nível, que é o ambulatório de especialidades. A pessoa que precisa de um exame mais especializado, um endocrinologista, um oftalmologista… vai para o ambulatório de especialidades. Aqui em São Paulo, o próximo que nós vamos inaugurar é na Zona Leste, totalmente dedicado à terceira idade. Tudo o que você imaginar em termos de terceira idade, saúde, lazer, terapia, prevenção, educação…vai haver lá.

Pergunta: Quantas unidade já existem em São Paulo?

Alckmin: Nós devemos ter mais de 30 na Capital. E o Governo tem mais de 200 unidades básicas de saúde só na Capital, que é o primeiro nível. O segundo nível é o ambulatório de especialidade e o terceiro nível é o hospital. Aqui na Zona Sul foram entregues o Hospital de Pedreira, o Hospital do Grajaú e o Hospital de Pirajussara, na divisa com o Taboão, e aqui em Diadema mais um hospital. Foram 11 hospitais já entregues, todos em funcionamento. Temos na Capital, ficando pronto o Hospital de Vila Prudente/Vila Alpina e o hospital de Sapopemba e abrimos licitação para recuperar todo o Hospital Darcy Vargas, que é o hospital da criança, que vai dobrar sua capacidade. E há ainda uma proposta nova que deve ser lançada dentro de 30 dias, que é o hospital local. Um hospital com 50 leitos para dar o primeiro atendimento: pequena cirurgia, insuficiência cardíaca congestiva… casos mais complexos você manda para o hospital regional, hospital de referência. Nós estamos avançando. É uma luta com o SUS, porque São Paulo expandiu muito os serviços. Para se ter uma idéia foram mais de 3.200 novos leitos no Estado. E como esses hospitais todos são contrato de gestão por organizações sociais, inclusive o Qualis, quem gerencia aqui por exemplo, é a Congregação Santa Catarina, eles são muito eficientes então atendem muito e consequentemente gastam muito. É uma luta para melhorar o teto do SUS para São Paulo, quanto mais você expande, mais você atende, e São Paulo atende muita alta complexidade, que é mais caro.

Pergunta: Sobre isso que o senhor conversou com o ministro Serra?

Alckmin: Eu tive uma conversa de duas horas com o Serra no domingo pedindo para melhorar o teto, pois você amplia o atendimento e precisa melhorar o teto do Estado, porque o problema não é fazer prédio nem equipar, o problema é funcionar. O funcionamento é caro. Mas acho que está caminhando, o doutor Guedes (secretário da Saúde) hoje foi a Brasília para dar seqüência a esse trabalho.

Febem

Pergunta: Eu queria falar um pouco sobre Febem. Ontem houve um rebelião no Tatuapé, depois de muitos meses. Os parentes que estavam ali temem novas rebeliões, porque disseram que dentro da Febem não mudou nada. Essa rebelião de ontem não pode ser o início de uma nova fase?

Alckmin: Não, eu estive na Febem há uns quinze dias em uma formatura dos menores infratores. Eles estão estudando, trabalhando, tendo cursos profissionalizantes, praticando esportes. Nós tínhamos duas grandes unidades em São Paulo: uma era a Imigrantes, que já acabou e o terreno integra o Parque das Águas do Ipiranga e lá nós estamos construindo um grande complexo para atender o jovem. Educação, cultura, esportes, lazer, curso profissionalizante fazem parte das atividades. A última Febem ainda grande é o Tatuapé, que tem 1.100 jovens infratores. Precisa diminuir e não existem mais unidades com mais de 90 menores. Está havendo um esforço com a forte agenda educativa, que é uma nova visão com relação ao menor infrator e que está dando bons resultados. O que houve ali foi um problema localizado, aliás meio sem explicação, um ato de vandalismo, não havia nenhuma razão objetiva, qual é a reclamação, qual é o pleito? Um pouco de ato de vandalismo. A notícia boa é que estão ficando prontas as novas unidades. Agora em setembro fica pronto Marília com capacidade para 72 menores. Ainda em setembro, Sorocaba. Ainda este ano Bauru, Ribeirão Preto, Pirituba e Móoca. Nós vamos abrir mais 680 vagas e 40% dos menores do Tatuapé são do Interior. Portanto, eles vão sair daqui dentro da nova concepção e vão para suas regiões de origem, ficando perto da família, com agenda educativa, trabalho com a comunidade… Até o final do ano teremos mais uma Febem na Baixada Santista e nenhuma unidade terá mais do que 72 menores. O modelo antigo era o seguinte: tudo em São Paulo e os 4 mil menores divididos praticamente em duas unidades. A grosso modo era isso. Hoje, além dessas mudanças e das novas unidades, vamos dar outro passo que é a municipalização. Tem muita prefeitura dizendo: ‘olha, eu cuido dos meus’. Itú é uma cidade que já se propôs a fazer.

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