Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin após inauguração do Centro de Ressocial

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seg, 05/11/2001 - 18h45 | Do Portal do Governo

Repórter – inaudível

Alckmin – Isso traz dois benefícios para a população. O primeiro é segurança, evitando fuga, rebelião, superlotação na cadeia. E o segundo é liberar a Polícia Civil para seu trabalho de polícia investigativa e judiciária, melhorando a segurança da população. O novo Centro de Ressocialização foi feito em novos moldes, com uma nova concepção de trabalho.

Repórter – É importante esse trabalho, não?

Alckmin – É importante. São Paulo está fazendo uma grande reforma do sistema penitenciário – desde Centros de Detenção Provisória, Alas de Progressão Penitenciária até Centros de Ressocialização. Este Centro de Itapetininga é o sétimo de um total de dez que teremos no Estado de São Paulo. Aqui teremos o benefício também de desativar a carceragem, tirando inclusive as grades, para não ter riscos de daqui a algum tempo voltar a ter preso aqui na cadeia.

Repórter – Nossa região é uma região tradicionalmente esquecida. Inclusive vai ser apresentado no Congresso uma emenda propondo a criação do Estado de São Paulo do Sul, com 54 municípios. O senhor acredita que com essa atenção que o senhor começa a dar à região esse quadro poderá ser revertido?

Alckmin – Acho que o trabalho que fazemos é atender os 645 municípios do Estado. No caso de Itapetininga, que comemora 231 anos, uma cidade que integra a história de São Paulo do século XVIII, pudemos celebrar várias parcerias. Como a construção de casas através do programa Habiteto. Na área da Educação temos mais três escolas que vão ser erguidas, além das que vão ser reformadas e quadras que vão ser cobertas. Autorizamos uma estrada vicinal de 13 quilômetros de extensão. A implantação do programa Pró-Estrada, com quatro máquinas para atender a zona rural. O programa Melhor Caminho, da Codasp, de perenização das chamadas estradas da produção, as pontes metálicas. Isso significa mais emprego através do setor agronegócio.

Repórter – Governador, quando vai ser liberado o dinheiro dos aposentados e pensionistas da Fepasa?

Alckmin – A rede ferroviária passou para o Governo Federal. Então, não é mais do Estado. Quando foi feito o acordo da dívida de São Paulo, o Banespa, a Fepasa, a Ceagesp e ações do setor elétrico passaram para o Governo Federal. Quando passou a Fepasa para o Governo Federal, passou-se o ativo, o patrimônio e o passivo – as dívidas da empresa.

Repórter – Há possibilidade de se fazer uma universidade pública na região?

Alckmin – Pretendemos dar um grande passo na questão da expansão do ensino universitário. A USP está ampliando suas atividades na Capital, Zona Leste de São Paulo e na Baixada Santista. A Unicamp, na região de Campinas. E a Unesp, no Interior. Nos últimos 12 anos, da autonomia universitária até hoje, São Paulo, através de suas três universidades, ampliou 200 vagas por ano. Este ano estamos ampliando 1.080 vagas no sistema universitário e, para o ano de 2003, três mil vagas. Estamos colocando no orçamento para 2002 mais R$ 50 milhões para expandir cursos e abrir novos campi. Em Sorocaba está previsto o novo campus de Iperó. E aqui na região de Itapetininga, Itapeva, também está previsto, dentro dessa nova visão de expansão das universidades.

Repórter – O senhor está enfrentando problemas para a tramitação do Orçamento de 2002. Isso pode comprometer a proposta de Governo?

Alckmin – Acho que não. Essa questão deve se resolver rapidamente. É importante até destacar que não houve nenhuma redução de recursos para o Poder Judiciário. O recurso deste ano é R$ 200 milhões menor do que vai ser o ano que vem. Ou seja, a proposta que encaminhamos à Assembléia Legislativa para 2002 é 9,3% superior a deste ano.

Repórter – Desativação do Carandiru, Centros de Ressocialização, nova Febem. Isso é um esforço no sentido da melhoria do sistema penitenciário e da reabilitação do preso. O que mais o Governo do Estado tem feito no sentido da segurança pública nas ruas para a população?

Alckmin –Temos, primeiro, Polícia mais equipada, desde helicópteros, carros novos, coletes à prova de bala e armamentos; Polícia integrada, novas tecnologias, Disque-Denúncia com call center, em parceria com o Instituto São Paulo Contra a Violência, e aumento de recursos humanos. Acabamos de nomear, semana passada, mais 640 policiais civis – agentes policiais e agentes de telecomunicações. Nomeamos este ano mais 200 delegados e 800 investigadores e autorizamos concurso público para mais 1.800 policiais civis, 600 da Polícia Técnico-Científica. Estamos abrindo concurso público para o chamado guarda de muralha. A cada penitenciária que se faz, tira-se policiais militares das ruas para fazer a guarda da muralha. Então, vamos criar quatro mil empregos novos para agente especial penitenciário, o guarda de muralha. Com isso, vamos ter quatro mil policiais militares voltando para o policiamento ostensivo e preventivo. Nas novas penitenciárias – como o Centro de Ressocialização de Itapetiniga – haverá parcerias com o setor privado e com a sociedade civil organizada para o atendimento dos presos. Todos eles vão trabalhar. A cada três dias de trabalho, reduz-se um dia de pena.

Repórter – Amanhã, os presos vão estar de volta aqui a esta cadeia… Isso procede?

Alckmin – Não. Aliás, não só amanhã, como nunca mais. Pela primeira vez na história – e esta é uma cadeia antiga, ela não tem um preso -, a Polícia Civil deixa de ficar tomando conta de preso para cumprir o seu papel de polícia investigativa e judiciária. Vai melhorar muito a segurança pública da cidade e da região. E, para que amanhã não volte a ter presos, nós tiramos as grades. Para isso foi construído – e muito bem construído – o Centro de Ressocialização. No lugar das celas serão construídas a Delegacia da Mulher, a Delegacia de Entorpecentes e a Delegacia de Investigações Gerais.