Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin após inauguração do Ambulatório de Espe

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ter, 30/10/2001 - 15h06 | Do Portal do Governo

Viagem aos EUA / Linha 4 do Metrô

Repórter – Agora, governador, o senhor ontem ainda nos falava sobre a sua viagem a Washington. O governo americano decretou estado de alarme máximo, por conta de novas ameaças. O senhor mantém sua agenda?

Alckmin – Em princípio está mantida, sim. Já estão agendados os encontros no Banco Mundial, lá no Bird, e nós vamos levar a proposta da Linha 4 do Metrô. Aliás, depois eu vou dar mais detalhes para vocês, mas ontem eu já assinei o decreto de utilidade pública de toda a Linha 4, um decreto enorme. Então, já assinamos o decreto de utilidade pública por toda a região que vai passar a linha do Metrô e nós vamos lá para acertar os últimos detalhes para o financiamento. Depois, além do Banco Mundial, vou ao BID, o Banco Interamericano de Desenvolvimento. E quem está ajudando a coordenar tudo isso é o embaixador do Brasil em Washington, Rubens Barbosa.

Repórter – Esse decreto significa o quê? Desapropriações e todas essas coisas?

Alckmin – Exatamente, porque você tem pátio de Metrô por onde passa a obra, tem uma série de obras físicas, enfim. Então nós decretamos de utilidade pública toda a área em que vai passar a Linha 4 do Metrô; estamos acelerando o modelo, preparando o edital de concorrência pública e pretendemos, no Banco Mundial, agilizar o mais rápido possível o financiamento.

Repórter – Governador, quanto o senhor vai pedir para essa Linha 4?

Alckmin – Isso tudo ainda está sendo trabalhado. Não há ainda um orçamento definitivo. O que se pretende é fazer em duas fases essa obra. Porque a Linha 4 é a chamada Linha da Integração, uma obra cara. Mas depois nós vamos dar o orçamento mais detalhado para vocês.

Repórter – Governador, e os moradores, o pessoal que trabalha ou tem comércio nesta área? Quando é que eles começam a ser notificados?

Alckmin – Primeiro é declarada de utilidade pública a área. O processo de desapropriação vem em seguida. Mas o próximo passo agora é a aprovação por parte do BIRD, depois, a publicação do edital de concorrência pública e, finalmente, o início das obras. Aí que você acelera o processo desapropriatório.

Polícia

Repórter – O senhor viu aquele resultado da Ouvidoria no último trimestre, de que os policiais estão matando mais, principalmente a Polícia Militar?

Alckmin – O que tem havido é um enfrentamento muito maior. Os bandidos têm enfrentado a Polícia com o objetivo de matá-la. Nós vimos agora, há pouco tempo, um delegado e um investigador que entraram numa rua e não tiveram nem a possibilidade de sacar a arma, foram mortos pelos bandidos. Então é evidente que nesses casos há um enfrentamento grande e a Polícia tem de agir com absoluta firmeza.

Cesp Paraná / Nossa Caixa / Sabesp

Repórter – O senhor tem alguma novidade sobre o leilão da Cesp Paraná? Já tem alguma previsão de data?

Alckmin – Não, nenhuma. Enquanto não estiver clara a questão de energia: questões regulamentárias, uma série de definições que ainda existem, nós não vamos nem pensar na questão da privatização. O que está caminhando é a contratação, por parte da Nossa Caixa, dos chamados serviço A e serviço B. Isso é a avaliação e modelagem. Mas a Nossa Caixa continuará como banco estatal, banco público. O que vai fazer é a abertura de capital e a venda do excedente dos 51% do controle. Então, é outro modelo, não é privatização, mas isso sim está caminhando com a contratação das consultorias.

Repórter – A comissão que deve discutir um novo salário mínimo para São Paulo estava numa fase de esperar um resultado do Seade para poder estabelecer valores. O senhor tem acompanhado isso? Tem um prazo para definir isso?

Alckmin – Olha, nós designamos – isso até é uma Lei Estadual – um grupo que deve fazer esses estudos. Estamos aguardando que ele adiante esses estudos.

Repórter – Governador, tem reunião do PED nesta noite, novamente. O que foi (inaudível)?

Alckmin – Nós temos dois projetos na área da desestatização. Um, ao qual já me referi, é a Nossa Caixa. O outro é da Sabesp, que é venda também de ações, não é privatização. Porque nós temos 88% de ações da Sabesp. Para manter 2/3, ou 66%, você ainda tem uma folga de mais de 20%. Então está-se discutindo a colocação dessas ações, inclusive em mercado internacional além do próprio País. Esse é o objetivo da reunião. Nós não pretendemos, nesse momento, fazer nenhuma privatização, no sentido de transferir o controle de empresa pública para o setor privado. Mas pretendemos fazer parcerias estratégicas, aumentar a participação privada nas empresas, mantendo o controle estatal. Não há nenhuma razão para a Nossa Caixa ter 100% de ações do Estado. É até bom, é saudável que ela tenha parte das ações do mercado. Isso é muito bom para a empresa. Dá mais transparência, controle de minoritário, nova lei das SAs, é muito positivo. Esse raciocínio que vale para a Nossa Caixa também vale para a Sabesp.

Repórter – Quantas ações da Nossa Caixa devem ser disponibilizadas?

Alckmin – A Lei permite até 49%, mas nós não pretendemos, de uma vez só, vender 49%. Esse é um trabalho que os consultores vão fazer. É a chamada modelagem, quando é melhor vender 20%, 15%. A mesma coisa vale para a Sabesp.

Repórter – Quando, governador?

Alckmin – Depois de concluído. Agora nós estamos terminando a concorrência pública para contratar as consultorias. Aí eles começam o trabalho. Leva três meses mais ou menos. Começo do ano que vem.

Orçamento do Estado

Repórter – Alguma novidade em relação à novela do orçamento do Estado?

Alckmin – Não, nenhuma.