Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin após implantação do Banco do Povo em Os

Final

ter, 09/10/2001 - 18h19 | Do Portal do Governo

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Rodoanel

Pergunta: Governador, teve paralisação nas obras do Rodanel com a situação da oposição acionando o Tribunal de Contas, o Ministério Público?

Alckmin: Não. Aliás, é importante até explicar isto. A obra do Rodoanel… Seria até uma atitude cômoda do governador dizer: “peguei aqui um problema e pára tudo, abre outra licitação”. Isso levaria um ano, um ano e meio e as obras ficariam paradas. Vem aí a chuva de fim de ano, perderíamos grande parte das obras. Iria custar muito mais caro, porque os preços quantitativos são todos de 1998. Então o que fizemos? Primeiro, checar toda parte de engenharia, desde consultorias externas, engenheiros, enfim tudo — foram três meses de trabalho. Por que houve um incremento? Porque tivemos várias obras que na verdade não estavam previstas, que tiveram de ser feitas e a licitação foi feita com projeto básico — o que não se deve fazer. Deve-se fazer sempre com projeto executivo, tanto é que o prolongamento do Rodoanel para o Trecho Sul (Anchieta-Imigrantes) nós só vamos licitar quanto tiver o projeto executivo detalhado. Depois verificamos a parte jurídica. Foi com o professor Miguel Reale, o Celso Antônio Bandeira de Melo e o Cintra do Amaral, todos eles dizendo: “olha, está exatamente dentro da lei”. Ou seja, o que a lei prevê para se fazer um aditivo. E, finalmente, quanto custa a obra, que é o mais importante. Porque a importância da obra ninguém nega – é a mais relevante do Estado. Mas quanto custa? Quando ela foi projetada pela Dersa, o orçamento era R$ 600 milhões. Isto é, lá no i-zero, quando foi lançado o edital. Depois que tiver inaugurado, no ano que vem, ela vai custar R$ 575 milhões no preço i-zero. Portanto, mais barato do que a estimativa. Vai custar R$ 11,4 milhões por quilômetro. Como obras deste porte, é a mais barata do País. A rodovia dos Bandeirantes custou R$ 12,5 milhões por quilômetro. A Ayrton Senna custou R$ 17 milhões por quilômetro. A Carvalho Pinto custou R$ 24,5 milhões por quilômetro e a avenida Águas Espraiadas teve o custo de R$ 53,9 milhões por quilômetro.

Pergunta: E não há risco então de paralisação?

Alckmin:Não. O risco de paralisação são as omissões. Por quê? Porque se dependesse do município de São Paulo não tinha Rodoanel. O pessoal que faz oposição só contribui com a crítica, mas não colocou um centavo na obra do Rodoanel. Ela está sendo feita com dinheiro do Estado e da União, aliás, três/quartos praticamente do Governo do Estado de São Paulo. E ela é mais que um obra rodoviária, ela tem piscinão, canalização de córregos, marginais. É uma intervenção urbanística de grande valor para a qualidade de vida e para o desenvolvimento da Região Metropolitana de São Paulo.

Pergunta: As verbas estão garantidas?

Alckmin:Nós estamos fazendo um esforço, a obra está indo bem, está num ritmo forte. Nós entregaremos até o fim do ano o trecho Régis Bittencourt/Raposo Tavares. Entregaremos ainda este ano o trecho da Anhangüera/Bandeirantes até a Estrada Velha de Campinas. E no próximo ano, toda a ligação da Raposo com a Anhangüera. Inclusive uma obra de arte gigantesca, porque aqui na Castello Branco o Rio Tietê é do lado da rodovia. Então, é preciso fazer uma obra de arte que passe por cima do Rio Tietê e, ao mesmo tempo, das duas pistas da Castello, além de todas as interligações e da estrada de ferro. Tudo isso numa região altamente densa. Por isso não é uma obra simples.

Pergunta: Nem o Ministério Público pode suspender o cronograma?

Alckmin: Eu não acredito que haja alguma razão para suspender uma obra que está sendo feita com rigor, sob o ponto de vista técnico, sob o ponto de vista de custo e, ainda, que há interesse público. Para quê parar uma obra dessa?

Pergunta: Mas se for o caso, o Ministério Público tem esse poder para interromper?

Alckmin: Não. Quem pode interromper é o Poder Judiciário. Mas eu não acredito que isso ocorra, até pela importância da obra. Na realidade é o seguinte: como não tem o que falar desse Governo, ficam com essa coisa de… porque teve um aditivo. O Superior Tribunal de Justiça, a sede da maior corte de Justiça do País, teve um aditivo, que foi explicado e aprovado.