Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin após cerimônia de criação do grupo de e

Parte I

qui, 23/08/2001 - 15h24 | Do Portal do Governo

Parte I

Repórter – Governador, sobre a duplicação da rodovia Fernão Dias…

Alckmin – As obras do trecho paulista da rodovia Fernão Dias foram retomadas e os trevos de Bragança Paulista e de Mairiporã e a segunda pista, se correr tudo bem, serão entregues antes do Natal. Fica faltando apenas o recapeamento da pista antiga que pode esperar um pouco.

Repórter – O senhor fica tranqüilo com o fato do ministro (dos Transportes, Eliseu Padilha) dizer que vai dar mais dinheiro para o Rodoanel?

Alckmin – Fico. O Rodoanel é uma obra inicialmente prevista para ser tripartite: Governo do Estado com 50%, município de São Paulo com 25% e o Governo Federal com 25%. Com a ausência do município, ela ficou bipartite. Então, é claro que precisamos da participação do Governo Federal. É a maior obra pública do País, a mais importante obra hoje do Estado. Importante para a cidade, para a Região Metropolitana do Estado de São Paulo, para o País. Todo o tráfego que sai de Recife para Porto Alegre passa por dentro da cidade de São Paulo. Pela marginal Tietê, marginal Pinheiros, rua Alvarenga, Butantã, Francisco Morato, para poder pegar a Régis Bittencourt. É uma obra de grande significado, daí a importância da participação do Governo Federal que, aliás, está participando dentro do previsto. Tinha R$ 100 milhões no orçamento deste ano, foram liberados R$ 90 milhões. Tem R$ 10 milhões ainda contingenciado.

Repórter – Sobre a regionalização do Porto de Santos…

Alckmin – Acho que estamos dando um passo histórico. Aqui, foi muito bem destacada a questão da descentralização. O Estado de São Paulo e os municípios da Baixada – Santos, Cubatão, Guarujá – são os maiores interessados em que o Porto cresça na sua movimentação, sirva ao desenvolvimento, à exportação. A gestão descentralizada é um grande avanço, porque traz um ganho de grande significado. O Porto certamente não existiria se não fosse São Paulo e São Paulo não teria a grandeza econômica se não fosse o Porto de Santos. Nós somos os maiores interessados para que se possa buscar o melhor formato com um porto mais competitivo, aumentando a sua capacidade de movimentação de cargas e servindo a economia e área social. E o Porto está crescendo mais do que a economia. Batendo recordes, como no mês de junho. Mas poderá crescer ainda mais. Acho que é um passo positivo.

Repórter – Governador, qual a importância que o Porto tem para o Interior? Lá parece que as pessoas não entendem muito isso.

Alckmin – Não. Todos entendem. Vou dar um exemplo: os grãos que vêm da região Centro-Oeste brasileira por barcaça, na hidrovia Tietê/Paraná, em Pederneiras, passam para o trem. Com o terceiro trilho, vão até Bauru, entram no sistema e chegam até o Porto de Santos. E a regionalização tem também esse objetivo, que é o descentralizar a gestão, colocá-la mais perto da comunidade local e de ter uma participação mais efetiva.

Repórter – Governador, o Porto de Santos vai ficar nas mãos de quem agora?

Alckmin – Primeiro nas mãos do grupo de trabalho que acabou de ser formado e do qual participam o Ministério dos Transportes, a Codesp, o Governo do Estado, as três prefeituras (Santos, Cubatão e Guarujá), trabalhadores e empregadores. Esse grupo de trabalho vai verificar todo o caminho a ser percorrido e apontar as possibilidades.

Repórter – Mas quem vai cobrar prazos, etc?

Alckmin – Todos nós.

Repórter – Como vai ficar o passivo da Codesp?

Alckmin – Ele é grande. É um dos problemas e vai se buscar uma solução. O ministro (dos Transportes, Eliseu Padilha) já colocou que a União tem claro que ela tem que participar. Integralmente, parcialmente. Vamos buscar uma solução.

Repórter – A sede da comissão vai ser em São Paulo ou na Baixada Santista?

Alckmin – Onde for necessário.

Repórter – Em quanto tempo o grupo vai dar definições?

Alckmin – Em 120 dias.

Repórter – Governador, o Estado tem capacidade para investir no Porto depois?

Alckmin – Olha, essa é uma questão importante. O Estado é o maior interessado em que o Porto cresça. Se precisar de um aporte inicial, o Estado fará o sacrifício. Mas acho que o próprio crescimento do Porto se auto-viabiliza.

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