Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin após assinatura de protocolo para impla

nd

qui, 01/11/2001 - 18h23 | Do Portal do Governo

Pergunta – Governador, sobre o anel viário que o senhor anunciou hoje: como vai ser e quando fica pronto?

Alckmin – É o seguinte: nós temos um corredor de trólebus chamado Corredor ABD que se inicia na Zona Leste, em São Mateus, passa por Santo André, por São Bernardo do Campo, Diadema e vai até o Jabaquara. Pelo projeto original, quando chega em Diadema forma um ‘Y’. Uma perna vai para o Jabaquara e a outra para a Berrini até a marginal do Pinheiros. Ali, ele se interliga com a linha Osasco/Jurubatuba do trem da CPTM. Então, está faltando essa última parte para completar o Corredor ABD. E esse corredor, ligando São Paulo, região do ABC, de novo até a Capital, tem um nível de aprovação de qualidade semelhante ao do Metrô. Índice altíssimo de aprovação e é um corredor onde os ônibus transitam a 26 quilômetros por hora, quando para os outros a média é de 10. Quer dizer, ele alcança quase o triplo da velocidade, mais conforto, menos barulho, maior rapidez. Nós precisamos completar esse corredor. E como essa obra está parada há um bom tempo, o Córrego do Cordeiro, que passa ali pela Vicente Rao, sob o viaduto Washington Luiz, estava causando sérios problemas de enchente na região, então autorizamos a execução imediata da obra mais urgente, que é a conclusão da galeria de águas pluviais, naquele trecho, e da sua equalização com a galeria já existente. Numa segunda fase, vamos arrumar os recursos para completar a obra física para ter o corredor todo funcionando. O Dr. Jurandyr (secretário dos Transportes Metropolitanos) pode dar detalhes sobre a primeira fase, início e término.

Secretário – A nossa idéia é completar todas as obras até dezembro do ano que vem. A retomada deste pedaço que estamos fazendo hoje termina em março do próximo ano… Justamente, é um período bastante crítico, período importante e foi por este motivo que o governador autorizou de imediato esta retomada. O término dos últimos sete quilômetros que faltam até a Berrini, a idéia é lutarmos para que termine até dezembro de 2002, com a inclusão desses ônibus a hidrogênio que estamos lançando hoje.

Policiamento

Pergunta – Governador, falando ainda sobre transporte público em São Paulo, ontem o secretário Petrelluzzi disse que está retirando aquela história do CPtran voltando à Polícia Militar, disse que está retirando os policiais que multavam. Disse também que CPTran é policiamento de trânsito e que não vai terminar em fevereiro, como estava previsto, esta transferência. O senhor, se não me engano, parou com a transferência de alguns policiais da Zona Sul. Há possibilidade de ser revertida essa questão, dos policiais continuarem fazendo esse trabalho?

Alckmin – Não. O que deve haver é uma transição mais gradual. Acho que temos que trabalhar com objetivos. O policial tem que estar fazendo o policiamento preventivo, ostensivo, na rua, e protegendo a população. As atividades que os civis puderem fazer deverão ser feitas. Por exemplo, policial tomando conta de muralhas de penitenciária, vamos substituir. Vamos pegar os quatro mil policiais que estão tomando conta de muralha e colocar no lugar o agente especial penitenciário. Um funcionário preparado para isso, só para esse trabalho. Da mesma forma, o trabalho de trânsito pode ser feito com pessoal civil, como é feito, aliás, na maioria dos lugares. Aqui, nós tínhamos 2.700 policiais militares nesse trabalho e nós não temos o mesmo número de companhias de Distritos Policiais. Nós temos 93 Distritos Policiais. Deveríamos ter 93 companhias para haver compatibilização territorial, entre as companhias da PM e os distritos. Por que não tem 93 companhias? Porque não tem efetivo, falta pessoal. Então, os policiais que saírem do trânsito vão ficar em São Paulo protegendo a população. Só que essa mudança vai ser mais gradual, não será a curto prazo. Mas, já saíram 600. Nós já temos 600 policiais militares na periferia trabalhando para diminuir a violência.

Pergunta – O senhor não partilha da idéia de que esses policiais, além de ajudarem no trânsito ou multar, como disse o próprio secretário, também acabam combatendo a violência por estarem diretamente na rua trabalhando?

Alckmin – O fato mais importante é que eles podem ajudar o trânsito, mas a atividade principal é combater a violência. Quer dizer, hoje acontece o inverso. Você prioriza a questão do trânsito e da multa e, acessoriamente, combate a violência. Temos que fazer o inverso. Prioritariamente vai combater a violência e acessoriamente ajuda no trânsito.

Orçamento

Pergunta – Governador, nós já estamos em novembro e o orçamento continua paralisado. Aumenta a preocupação do Governo?

Alckmin – A preocupação existe porque se nós não tivermos o orçamento votado até o final do ano, teremos que trabalhar com 1/12 avos do próximo orçamento. Mas, acho que essa questão vai se resolver até o mês de dezembro. E não vejo por que proibir a Assembléia Legislativa de discutir o orçamento. É a Assembléia que discute. Essa é a principal tarefa do Legislativo, não é? É discutir a peça orçamentária, suas prioridades, os seus valores e decidir. Depois, o governador dá a última palavra com a sanção ou não da Lei Orçamentária.

Pergunta – Por que o senhor acha que vai conseguir discutir até dezembro?

Alckmin – Porque acho totalmente descabido você proibir o Legislativo, uma ingerência de um poder no outro, proibir o Legislativo de fazer a sua função primeira que é o debate da Lei Orçamentária.