Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin após anúncio da retomada das obras do H

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qua, 28/11/2001 - 18h46 | Do Portal do Governo

Sobre medidas anunciadas que beneficiam as polícias e o funcionalismo público

Pergunta: Governador, essas autorizações que o senhor assinou foram pontos cumpridos num compromisso com a Segurança Pública, não é isso?

Alckmin: Nós tínhamos feito um entendimento com as polícias Militar, Civil e Técnico-Científica por ocasião da discussão salarial. Ficou acertado: piso salarial de R$ 1.000,00, no Interior; de R$ 1.150,00, na Capital e nas grandes cidades; e de R$ 2.500,00 para oficiais, delegados e peritos. Isso foi cumprido rigorosamente. Além disso, acordamos outras medidas, tais como, a cesta de medicamentos do programa Dose Certa, contendo 41 tipos de remédios, os mais necessários. Outro benefício é uma linha de crédito, extensiva, aliás, a todos os funcionários públicos. Trata-se de crédito imobiliário para financiamento para compra da casa própria, ou para reforma, ampliação ou construção, se o interessado for dono de um terreno. A linha de crédito prevê ainda a possibilidade de empréstimo no crédito pessoal com juros menores, para aquisição de bens ou veículo. Além da carta de crédito para a aquisição de imóvel, o acesso à casa própria pode se dar também pelo programa habitacional da CDHU. Finalmente, temos o Hospital Militar. Esta obra estava parada desde 94. São mais de R$ 15 milhões que serão investidos em obras de recuperação do hospital, o que significa que praticamente estamos fazendo um novo hospital. Teremos uma ala nova, na qual haverá Unidade de Terapia Intensiva, Hemodiálise e especialmente o Centro de Reabilitação. Hoje, também é um dia importante para a polícia, porque mais 423 novos soldados foram diplomados e começam a trabalhar. A maioria na cidade de São Paulo, na Capital, e Região Metropolitana, especialmente Guarulhos.

Pergunta: Em relação à abertura de concurso público, governador, até sexta-feira, já vai estar no Diário Oficial?

Alckmin: Nós autorizamos hoje a secretaria da Administração Penitenciária a abrir concurso público para quatro mil agentes de segurança penitenciária. Para quê? Para poder substituir os policiais militares nas muralhas. Primeiro: são quatro mil empregos novos. Porque é um concurso público para contratar quatro mil pessoas. Segundo: a cada penitenciária que se faz, é necessário se tirar policial militar da rua para fazer a guarda da muralha da penitenciária, o que é muito ruim. Hoje, temos perto de quatro mil PMs fazendo guarda de muralha. E com este concurso público, teremos esses agentes de segurança penitenciária, treinados, para fazer a guarda de muralha. Com isso, policiais militares serão gradativamente deslocados para fazer o policiamento ostensivo e preventivo, aumentando o efetivo da Polícia Militar nas ruas.

Boletins de ocorrências de homicídios

Pergunta: Governador, foram divulgados mais boletins de ocorrência de homicídios que foram registrados como crimes mais leves. Um boletim da cidade de Embu, na região de Taboão da Serra, e outro em duplicidade na sétima seccional. O senhor acredita ainda que se trata de casos isolados?

Alckmin: Eu acho que sim. Nós temos 100 mil presos hoje no Estado de São Paulo. A polícia prende 10 mil pessoas por mês. A orientação do governo é absoluta transparência. Tanto é que estes índices nem existiam, nem eram publicados. Se quisermos hoje uma série histórica, nós vamos ter de 1997 para cá, porque isto não existia antes. Então, não há nenhuma razão para nenhum tipo de delito não ser colocado corretamente na estatística. Essa é a orientação do governo, e é assim que a secretaria tem procedido. Se há uma denúncia específica, ela já está sendo apurada. Se houver algum erro, o responsável será punido.

Campanha

Pergunta: Governador, são seis programas em um único dia. O senhor está em campanha?

Alckmin: Estamos trabalhando. Acho que é nosso dever trabalhar e, graças a Deus, o governo tem um volume de realizações tão grandes, que todo dia, além de estarmos entregando obras, iniciando novos serviços, obras, trabalhando, a gente agrupa cinco, seis de uma só vez até para ganhar tempo. E com as contas de São Paulo rigorosamente em dia. E, infelizmente, com a arrecadação não muito boa. Tanto é que tenho insistido muito e vou falar com o presidente da República para que se reduza o mais rápido a taxa de juros. Precisamos aquecer mais a atividade econômica. O grande desafio é emprego e o governo está ajudando. Só esta obra aqui do hospital, representa a abertura de 300 empregos na construção civil. E nós estamos fazendo hoje sete hospitais novos simultaneamente.

Pergunta: Por enquanto não é campanha?

Alckmin: Não. Eleição é só em 2002 e nós ainda estamos em 2001.

Sobre reunião com o presidente da República

Pergunta: Quando o senhor pretende se reunir com o presidente para falar sobre esta questão dos juros?

Alckmin: Na primeira oportunidade vou falar sim com o presidente e com o ministro da Fazenda. Acho que precisamos ter mais ousadia e é importante a redução da taxa de juros para não entrarmos numa retração da atividade econômica. A atividade econômica está muito mais retraída no segundo semestre, comparando-se com o primeiro semestre. E este monitoramento deve ser rápido tanto para subir a taxa de juros – e somos os primeiros a defender tal medida quando ela se impõe – quanto também para baixar.

Queda na arrecadação do ICMS de São Paulo

Pergunta: Que número de propostas que o senhor vai levar nesse encontro para argumentar em relação a necessidade diminuir a taxa de juros?

Alckmin: Temos três números que mostram que no segundo semestre, comparativamente ao primeiro semestre, tivemos uma retração da atividade econômica. Primeiro, é o emprego: houve um aumento nos níveis de desemprego. Segundo, o PIB: houve uma queda de previsão do PIB. Esperava-se um crescimento de 3,5%, 4% do PIB, e hoje se fala em 2%, 2,5%. O terceiro é a arrecadação. O ICMS é o Imposto de Circulação de Mercadoria, portanto, é um bom termômetro da atividade econômica. Deveremos perder este ano R$ 400 milhões de arrecadação de ICMS.

Pergunta: Esta conversa deve acontecer até quando, até o final do ano?

Alckmin: Na primeira oportunidade que eu tiver.