Trechos da coletiva do governador Geraldo Alckmin dada nesta terça-feira, dia 12, após inauguração d

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ter, 12/03/2002 - 17h40 | Do Portal do Governo

Centro de Referência em Educação Mário Covas

Repórter: Governador, o que é o Centro de Referência Mário Covas?

Alckmin: Esta era uma casa antiga, um casarão da época do café, que tem praticamente um século. É um prédio que passou por várias fases. Era residência, depois foi adquirido pelo Governo, virou escola e depois delegacia de ensino. Era um casarão antigo e mal conservado. Aqui foi feita um grande reforma, o que representou uma ajuda na recuperação da região central de São Paulo, especialmente o bairro de Campos Elíseos.
E agora começa a funcionar aqui o Centro de Referência em Educação. É uma casa para o professor. Tem toda a história da educação em São Paulo. É um centro de estudos, biblioteca, um grande portal nas áreas da Educação e da Cultura. É possível por desse portal ter acesso às escolas, universidades e museus do mundo inteiro. Há também uma videoteca. É, enfim, um centro de referência sobre a Educação no Estado de São Paulo, desde a parte antiga, porque tem a história da setor, até os meios para que o professor possa ter acesso a toda referência na sua área.

Educação

Repórter: Governador, esse centro, sem dúvida alguma, vai ajudar os professores. Mas sabemos que existe outro ponto para que o profissional possa se capacitar, que é o salário. Segundo a Apeoesp, hoje o professor do ensino fundamental, com 24 horas/aula semanais, ganha em torno de R$ 488,00. Qual é o projeto do Governo do Estado hoje para poder melhorar o salário do professor em São Paulo?

Alckmin: A sua informação está errada. A Apeoesp está errada. Não existe professor ganhando R$ 488,00.

Rose Neubauer: Não existe isso. Só se esse professor estiver com uma jornada ridícula, de 10 aulas por mês. Quando falamos é de jornada básica. O professor que trabalha 30 horas, em início de carreira, ganha um salário de cerca de R$ 1 mil. Agora, um professor que esteja substituindo outro com duas ou três horas semanais de aula, pode ter esse salário.

Rebeliões

Repórter: Governador, como o senhor viu as duas últimas rebeliões, uma em Pinheiros e a outra em Osasco?

Alckmin: Em Osasco, houve uma tentativa frustrada de resgate. Nenhum preso foi resgatado. Os guardas de muralha atiraram nos bandidos, que fugiram. E os presos aproveitaram essa tentativa de resgate para se rebelar. Uma rebelião sem qualquer sentido. Praticamente, não há superlotação. Os Centros de Detenção Provisória têm capacidade para cerca de 800 presos, são 820 até. Lá havia 920 homens, 15% a mais, o que é razoável. E eles não tinham nenhuma pauta de reivindicação. Portanto, não era rebelião, era bagunça. O Governo agiu, mais uma vez, com firmeza e o assunto foi resolvido.

Repórter: O juiz corregedor de Osasco reclamou da falta de funcionários. Ele disse, inclusive, que teve de esperar a tropa de choque da PM chegar para fazer a contagem. Existe insuficiência de funcionários lá, governador?

Alckmin: Nós temos na Secretária da Administração Penitenciária um número suficiente de funcionários. Esses Centros de Detenção Provisória são novos e estão com toda equipe de pessoal. Agora, quem faz revista é a tropa de choque. Agente penitenciário não é para fazer esse tipo de trabalho, até porque ele é desarmado. Assim, sempre que há uma rebelião a ação é da tropa de choque.

Crime organizado

Repórter: Governador, há um embate hoje entre o Governo do Estado e o PCC?

Alckmin: Não, essa luta contra o crime organizado é permanente, não há nenhum embate. O criminoso tem de ir para a cadeia e cumprir pena.

Repórter: Os agentes penitenciários de Sorocaba ameaçam fazer greve por falta de segurança, porque o PCC teria controlado a cadeia. O Governo está a par disso e quais medidas vai tomar?

Alckmin: Não tem nenhuma greve. Agente penitenciário que tiver medo de preso tem procurar outra profissão.

Repórter: O senhor não acha perigoso levar presos condenados para Centros de Detenção Provisória, como no caso de Pinheiros, que foram removidos para Osasco?

Alckmin: Temos 102 mil presos no Estado de São Paulo, sendo 32 mil nos prédios da Secretaria de Segurança Pública e 70 mil sob responsabilidade da Secretaria da Administração Penitenciária. E o número de condenados é mais ou menos próximo disso, porque temos, praticamente, uns 75 mil presos condenados e uns 25 mil, 27 mil provisórios. Então, os números não estão muito diferentes. Os presos condenados vão para as penitenciárias e os que ainda não foram julgados, para os CDPs.

Repórter: Mas, no caso das rebeliões, os presos de Pinheiros foram para o CDP de Osasco. Isso não acaba fomentando rebeliões, juntar condenados com presos provisórios?

Alckmin: À medida que as penitenciárias vão ficando prontas, nós vamos separando-os. A lógica é a seguinte: preso condenado cumpre pena em penitenciária, que tem oficina para o detento trabalhar e atendimento educacional. E para o preso a ser julgado, a detenção é em cadeias ou distritos policiais e, pela primeira vez, estamos fazendo centros de detenção provisória, com capacidade para cerca de 800 presos cada unidade.

Repórter: Para onde vão os outros 435 presos de Pinheiros?

Alckmin: Eles serão distribuídos pelo sistema penitenciário. Se condenados, irão para as penitenciárias; se provisórios, para os CDPs. Nós acabamos de entregar um CDP na Baixada Santista, dois CDPs em Guarulhos e outro em Taubaté. Ainda neste mês de março vai ficar pronto o CDP de Hortolândia e tem um conjunto de penitenciárias também ficando pronto.

Repórter: Governador, Paulo Maluf disparou novamente, dizendo que não é porque morreram 12 bandidos em Sorocaba que a Segurança Pública teria melhorado em São Paulo e que nessa área ele pretende armar a polícia, inclusive, com fuzil AR-15.

Alckmin: Olha, eu não sou interlocutor do senhor Maluf. Os interlocutores dele são o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Polícia.