Trechos da coletiva do governador Geraldo Alckmin, após assinatura para abertura de licitação de ref

Parte I

qui, 02/08/2001 - 13h59 | Do Portal do Governo

Seguem trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin concedida nesta quinta-feira, dia 2, após a cerimônia de assinatura da autorização para abertura de licitação de reforma e ampliação de Hospital Infantil Darcy Vargas:

Parte I

Sobre a ampliação do hospital

Pergunta: Governador, como o senhor avalia a visita ao Hospital Darcy Vargas?

Alckmin: Esse é um hospital especializado em criança, que tem residência médica, R1, R2, R3. É referência na Capital e na Região Metropolitana em cirurgia infantil e clínica. E é extremamente especializado na parte urológica, nesses tipos de malformação de bexiga, aparelho genital, digestivo. É um hospital de ponta, mas é um hospital antigo. É um prédio da década de 50, tem mais de 40 anos e em situação bem ruim. Nós autorizamos hoje uma reforma completa do prédio e a ampliação. Aqui vai dobrar a capacidade de atendimento, hoje tem perto de 90 vagas, vai para mais de 180 leitos, com UTI neo-natal, UTI infantil, serviço de diagnóstico por imagem, todo serviço de tomografia. Então, vai dar um grande avanço aqui no hospital. E esse hospital tem uma singularidade: nós temos aqui 80 voluntárias que há muitos anos estão aqui trabalhando. O jardim é bem cuidado, as crianças quando aqui chegam recebem um kit muito carinhoso. As crianças com neoplasia, as famílias recebem cesta básica de alimentos. As voluntárias fazem um trabalho social muito bonito e o Poder Judiciário está ajudando. Quem cometer um delito, o Poder Judiciário coloca uma pena alternativa que é dar alimentos aqui para as famílias. Esses réus vêm aqui, conhecem o trabalho que é feito e entregam a cesta básica e elas preparam melhor essas cestas e dão para as famílias que tem crianças aqui internadas na área de oncologia.

Pergunta: Governador, como médico, qual a maior deficiência hoje do hospital e em quanto tempo essas obras devem ficar prontas?

Alckmin: O maior problema aqui é físico. O hospital foi crescendo cheio de labirintos, um puxadinho daqui, um puxadinho dali, totalmente inadequado. O prédio está velho e tem muitos locais que tem goteira, mofo, parede ruim, piso. O importante é a reforma do prédio. Vão ser mais de R$ 10 milhões e a ampliação, porque tem um corpo técnico muito bom, poderá atender o dobro do que está atendendo hoje. Aqui não tem contrato, a obra vai ser licitada. A licitação deve demorar no máximo 90 dias e imediatamente começa a obra. Acho que 12 meses de obra.

Pergunta: Quando o senhor fala em ampliação, é ampliação de leitos ou não? Eu não entendi direito.

Alckmin: Ampliação do número de leitos e a adequação e ampliação do prédio.

Pergunta: No discurso o senhor disse que governar é escolher. Foi uma escolha investir R$ 10 milhões, um pouco mais, no hospital?

Alckmin: É, exatamente. O dinheiro é sempre curto. O cobertor é curto. Você tem muito mais necessidades, mais reivindicações do que a possibilidade de atender. O importante é saber hierarquizá-las. Por isso, governar é escolher: se você não pode fazer tudo tem que fazer o que é prioritário. E o que prioritário é a área social, a saúde das pessoas, a qualidade de vida, e antes de fazer prédio novo, arrumar o que já existe. Você tem, às vezes, prédios enormes com toda a estrutura, muitos funcionários, que não estão funcionando a pleno vapor, porque não tem instalações adequadas.

Sobre reunião com representantes das Polícias

Pergunta: Governador, o senhor tem uma reunião hoje à tarde com representantes das Polícias Civil e Militar. Qual a expectativa desta reunião?

Alckmin: A expectativa é positiva. Nós vamos expor às entidades da Polícia o que o Governo já fez a partir de ontem. A lei que nós pretendemos mandar para a Assembléia vigora, tem a sua vigência a partir de ontem, o reajuste, o percentual, os pisos para a Polícia. Nenhum policial em São Paulo ganha menos que R$ 1.150,00, na Capital; delegado, tenente, médico-legista e perito, R$ 2.500,00. E tudo extensivo aos aposentados e pensionistas. E vamos ouvi-los.

Pergunta: É uma negociação, governador?

Alckmin: É uma negociação. Nós vamos expor os critérios que o governo utilizou para dar o reajuste, quanto isto custou. Esse ano R$ 420 milhões, porque são só seis meses. No ano que vem, R$ 1,1 bilhão. Nós vamos explicar isso e vamos ouvir. Eu sei que essas entidades tem três níveis de reivindicação: uma é o índice de reajuste; a outra é benefício indireto; e a outra é carreira, questões técnicas, específicas da Polícia. Nós vamos ouvir. Acho que o caminho é o do entendimento.

Pergunta: Mas o governo vai ceder em alguma coisa? Principalmente no índice, já que o senhor fala que foi dado o máximo?

Alckmin: O índice nós temos um problema muito claro, que é a Lei de Responsabilidade Fiscal. Nós estamos no limite, praticamente, porque compromete quase 50,7%, que é o limite para São Paulo esse ano da receita corrente líquida. Mas nós podemos ter algumas alternativas para ajudar, em coisas que não impactam diretamente a folha, os chamados benefícios indiretos. E vamos ouvi-los também. Acho que conversando eles podem nos ajudar sem romper com a lei, nós estabelecemos alguns trabalhos, alguns benefícios que possam ajudar os policiais.

  • Leia a parte final da entrevista coletiva