Mesmo com 104 anos, a Estação da Luz – um dos mais importantes pólos metroferroviários da América Latina – continua sendo a estação mais charmosa da CPTM [Companhia Paulista de Trens Metropolitanos].
Símbolo da riqueza do ciclo do café e marco na arquitetura da cidade, a edificação, construída ao estilo inglês vitoriano, foi tombada em 1996, como patrimônio nacional. Agora, algumas de suas áreas e detalhes arquitetônicos passam por nova fase de restauração.
O processo faz parte do Projeto Integração Centro, que permite a ligação das regiões leste e oeste ao centro, além de proporcionar a conexão direta e gratuita entre ferrovia e Metrô para 180 mil usuários/dia. As ações de recuperação serão realizadas pela CPTM e monitoradas pelo DPH [Departamento de Preservação Histórica], CONDEPHAT [Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico e Artístico] e IPHAN [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Naciona], órgão do Ministério da Cultura.
Beleza original
A cobertura da plataforma 4 é um dos principais itens da edificação a ser renovado. Ao todo, são 530 m² entre o torreão nordeste e o viaduto Brigadeiro Tobias. A reforma prevê a substituição de telhas, forro, rufos, cumeeiras e calhas, além de uma nova pintura.
Um grupo com dez profissionais realizam intervenções no saguão principal e no mezanino da estação [das linhas A,D,E]. A primeira etapa do restauro inclui 490 m² [2/3 da área total]. Na seqüência, será recuperado o 1/3 restante. O trabalho deverá ser concluído no início de 2006.
Pela reforma são realizadas a lavagem e escovação das paredes e dos oito pilares, a pintura do teto, a restauração do piso, incluindo a rosácea [desenho artístico] e o tratamento de esquadrias e batentes de madeira, do mezanino, na face voltada à gare.
O piso passa por uma limpeza preliminar e as áreas desgastadas serão reconstituídas com granilite. Já as trincas existentes no local serão abertas pelo processo de estucatura e preenchidas com argamassa, idêntica à original.
As 25 luminárias, inclusive o lustre central, serão removidas, para serem lavadas e pintadas. Além disso, a fiação passará a ser embutida.
Os 42 pavês instalados na calçada ao redor da estação recebem atenção especial. Conhecidos por olhais, esses itens são armações de ferro, com vidro fundido, em formato hexagonal, que permitem a entrada da claridade no subsolo da edificação. As estruturas de metal recebem tratamento antiferrugem e os vidros danificados estão sendo substituídos.
Ainda na plataforma 4, a CPTM realiza a recuperação das esquadrias de madeira de 7 janelas e 26 portas de salas técnicas. A maior parte do trabalho é artesanal e realizada por mão-de-obra especializada. A tarefa é iniciada pela desmontagem do material para avaliação dos danos e registro fotográfico. Depois, é retirada a pintura antiga, por raspagem ou decapagem química, e entra a aplicação de três demãos de tinta na cor tabaco. Todo madeiramento receberá tratamento contra umidade, fungos e insetos como cupim. Fechaduras e dobradiças também serão recuperadas ou substituídas.
Tudo isso para que a Estação da Luz mantenha seu charme original, que tanto encanta paulistanos e visitantes, e a eficiência de sua rede integrada de transporte público.
Assessoria de imprensa da CPTM
J.C.
