Transportes: CPTM implantará dispositivos anti-ruído na Linha Capão Redondo-Largo 13

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ter, 28/08/2001 - 16h36 | Do Portal do Governo

A futura linha metroviária Capão-Redondo-Largo 13, na zona sul de São Paulo, trará algumas inovações tecnológicas que reduzirão o impacto ambiental provocado pela passagem dos trens. Programada pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM – para operar a partir de meados de 2002, e com as obras civis básicas concluídas, a linha terá dispositivos para atenuar os ruídos e vibrações em praticamente toda a extensão da via permanente.

Empresa da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos, a CPTM está empregando um modelo de assentamento de trilhos mais usado pelos metrôs que, como a Linha Capão Redondo-Largo 13, cruzam geralmente regiões densamente povoadas. Em cerca de 70% da via permanente – que em boa parte correrá em elevado – será utilizado o sistema de lajes flutuantes, que ameniza as ondas de baixa freqüência, o “ruído secundário” produzido pela vibração estrutural durante a passagem dos trens.

Esse sistema é constituído por uma laje de concreto assentada sobre material flexível, como o empregado de forma inédita pela CPTM no trecho entre as estações Corinthians-Itaquera e Guaianazes, onde passa o Expresso Leste. No restante do trecho a laje será apoiada diretamente sobre o elevado, e a atenuação de vibrações será feita pela placa de apoio dos trilhos.

Serão implantados ainda painéis de material fono-absorvente, que serão colocados em locais determinados ao longo da via permanente. Os painéis servirão para absorver parte do “ruído primário”, provocado pelo atrito das rodas dos trens com os trilhos. Uma pesquisa será feita com um trem em movimento para definir os locais onde as barreiras acústicas deverão ser instaladas.

Os painéis poderão ser de alumínio (com interior de lã-de-vidro) ou de fibra transparente. Esta última solução, apesar de mais cara, é a que poderá garantir maior aproveitamento estético, pois os painéis transparentes permitirão aos passageiros apreciar a paisagem da janela do trem, o que não acontecerá com os painéis de alumínio.

A linha contará ainda com aparelhos de mudança de via (AMV) das vias principais do tipo “jacaré” móvel, o que também reduzirá significativamente o nível de emissão de ondas de baixa freqüência.

Obra econômica

A construção da Linha Capão Redondo-Largo 13, que tem uma extensão de 9,4 km e 6 estações, difere substancialmente das linhas projetadas anteriormente pela CPTM. Iniciadas em 1998, as obras envolveram a implantação de 7 km de vias elevadas, 1 km de vias em superfície e 850 metros em via subterrânea, além da construção de um pátio de manutenção e manobra de trens em Capão Redondo com 550 metros. É a única linha da CPTM com este desenho.

A opção pelas vias elevadas no lugar das vias em superfície, em cerca de 80% do trajeto, permitiu uma economia de cerca de 40% no custo total da obra, que teriam de ser gastos com desapropriações. Para suavizar ao máximo a interferência do equipamento na paisagem urbana, o elevado, que tem 5 metros de altura, foi construído com uma largura de apenas 8,3 metros e é sustentado por um único pilar central de concreto armado.

Atualmente, a CPTM desenvolve a fase de implantação da superestrutura ferroviária que, além de compreender o assentamento dos trilhos, inclui a colocação da rede aérea e dos sistemas de sinalização e o acabamento e equipagem das estações: Capão Redondo, Campo Limpo, Vila das Belezas, Giovanni Gronchi, Santo Amaro e Largo 13. As cinco primeiras estações foram construídas com uma estrutura mista de concreto e aço, e apenas a Estação Largo 13 é subterrânea e em concreto. Com exceção da Estação Vila das Belezas – que deverá atender principalmente a demanda do entorno – todas elas contarão com terminais de integração com ônibus.

Uma das estações, a Estação-Ponte Santo Amaro, foi a primeira do Brasil a ser construída sobre uma ponte estaiada, que fica sobre o rio Pinheiros. A ponte tem 220 metros de comprimento, sendo que o vão principal é de 122 metros. O tabuleiro de concreto protendido é sustentado por estais, ancorados em um único pilar de 64 metros de altura. A Estação-Ponte Santo Amaro será integrada fisicamente com a estação do mesmo nome da Linha C – Sul (Osasco-Jurubatuba), de onde a demanda será distribuída por toda a Região Metropolitana.