Com a criação da empresa Brasil Ferrovias, o transporte de cargas interestadual entre São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul será facilitado, proporcionando redução de custo e tempo na locomoção das mercadorias.
A Brasil Ferrovias vai monitorar o funcionamento de quatro empresas que atualmente realizam esse transporte: Ferronorte, Ferroban, Novoeste e Portofer.
A iniciativa vai permitir uma padronização dos trilhos e bitolas que ligam estes Estados, acabando com a necessidade de transferir as mercadorias de um trem para outro no percurso. Segundo o presidente da Ferrovias, Nelson de Sampaio Bastos, essas trocas chegam a ser feitas até quatro vezes, entre Mato Grosso e o Porto de Santos.
A apresentação da nova empresa foi realizada nesta segunda-feira, dia 4, na Estação Júlio Prestes, na capital paulista. O lançamento contou com a presença dos governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT.
Alckmin lembrou que a concessão para a iniciativa privada operar o transporte ferroviário é dada pelo Governo Federal. ‘Mas o Estado também deverá ajudar no crescimento, principalmente com a construção de novos terminais’, informou.
O governador explicou que o Estado já vem investindo nesse setor. ‘No município de Pederneiras foram implantados 40 quilômetros de ferrovia para ligar a hidrovia Tietê-Paraná à rede ferroviária de Bauru.’
Ele destacou que os grãos que saem da Região Centro-Oeste brasileira para serem exportados não vêm mais de caminhão. ‘Vêm de barcaça até Pederneiras, daí passa para o trem até Bauru, e vai no sistema ferroviário até o Porto de Santos’, disse.
Bastos afirmou que o transporte de cargas por ferrovia está cada vez mais competitivo. ‘Nossas 223 locomotivas trafegam a 80 quilômetros por hora.’ Segundo ele, muitos caminhões não conseguem atingir esta velocidade, especialmente em estradas federais do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul.
No Estado de São Paulo, o transporte ferroviário foi responsável por 4% da carga que chegou ao Porto de Santos em 1998. No ano passado, o número subiu para 12%. ‘A previsão é a de que este ano chegue em 23%’, observou Alckmin. Além das cargas, o governador ressaltou que o Estado está investindo no transporte de passageiros, com a renovação dos trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e com nova linha e estações do Metrô.
Rogério Vaquero