Trabalho: Moradores de Dracena que estavam desempregados iniciam pequenos negócios

Programa de Auto Emprego do governo paulista forma novos emprendedores

ter, 02/04/2002 - 12h02 | Do Portal do Governo

Trabalhadores do Jardim Brasilândia, uma das áreas mais carentes de Dracena, região oeste do estado, começam a superar o desemprego, montando negócios próprios em vários ramos de atividade. Eles passaram pelo Programa de Auto Emprego (PAE), da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo (Sert), que acaba de formar 88 moradores da cidade. Dos vários laboratórios do programa realizados em Dracena, saíram cinco empreendimentos populares: Cooperbras (culinária), Associação Comunitária de Estamparia (silkscreen), Corte e Costura Criativa, Confeitaria Comunitária do Jardim Brasilândia, um jornal comunitário e alguns outros empreendimentos individuais.

Para Maria Aparecida de Alencar Santos, de 37 anos, o curso trouxe uma alternativa de trabalho. Ela tornou-se doméstica diarista depois de mudar-se da Capital para Dracena, alguns anos atrás, e está há nove anos sem emprego com registro em carteira. Segundo afirma, a maioria dos participantes do PAE em Dracena está desempregada ou no subemprego e viu no programa uma possibilidade de definição profissional. Juntamente com outros oito trabalhadores formados no laboratório de silkscreen, ela criou a Associação Comunitária de Estamparia, que já consegue comercializar seus produtos na cidade. ‘Já tentei ter um negócio antes, mas nâo deu certo, provavelmente porque eu não tinha nenhum conhecimento de administração, matéria que aprendi no programa’, diz ela, apostando na nova iniciativa.

O empreendimento de Maria Aparecida é representativo da experiência do PAE, que propõe o auto-emprego como resposta à dificuldade de acesso ao mercado pelos trabalhadores sem qualificação. A iniciativa ensina uma atividade, noções de administração empresarial, associativismo, cooperativismo e cidadania.

O programa

Até hoje, já passaram por laboratórios do PAE aproximadamente 22 mil trabalhadores em 104 municípios paulistas, sendo 4 mil em 2001. O programa já deu origem a mais de mil pequenos emprendimentos populares, que geram renda para, em média, quatro pessoas cada um. Neste ano, a meta é atender 15 mil trabalhadores.

O PAE fundamenta-se na tecnologia de ensino denominada ‘capacitação massiva’. Desenvolvida pelo sociólogo Clodomir Santos de Moraes, que a vem empregando em vários países da América Latina, como Guatemala e Costa Rica, essa tecnologia é aplicada por técnicos que moram nas localidades atendidas durante os dois a três meses de capacitação. O método possibilita aprendizagem dinâmica e prática. Em 60 dias, os desempregados já estão comercializando sua produção. ‘O PAE ajuda a resgatar o poder de autogestão e a auto-estima dessas pessoas. Por isso é bem-sucedido’, afirma o secretário do Emprego e Relações do Trabalho, Fernado Leça.

A cerimônia de formatura do PAE em Dracena será realizada nesta quarta-feira, dia 3, às 19 horas, no Clube da Apeoesp (rua Aécio Seo Flora, 151, Brasilândia), com feira e exposição dos produtos dos novos empreendedores.