Todas as crianças com menos de cinco anos de idade devem receber, neste sábado, dia 5, a primeira dose da vacina contra a paralisia infantil. A poliomielite pode causar deformidades no esqueleto, gerando a paralisia, e até levar à morte. Para garantir a cobertura em todo o Estado, cerca de 14 mil postos de vacinação e 54 mil profissionais de Saúde estarão à disposição da população até às 17 horas deste sábado.
A Campanha Contra a Poliomielite foi aberta pelo governador Geraldo Alckmin, que, às 8 horas da manhã, esteve na Zona Leste da Capital para a vacinação das crianças do Abrigo Infantil Nosso Lar, no bairro de Artur Alvim. A instituição oferece abrigo para 80 crianças com até oito anos de idade que vivem nas ruas e são encaminhadas ao local por fóruns ou conselhos tutelares. “É muito importante todos os pais e responsáveis estarem conscientes de que, embora o dia esteja frio e a manhã chuvosa, todas as crianças com menos de cinco anos de idade precisam ser levadas ao posto de saúde para a vacinação” destacou.
Alckmin explicou que a poliomielite é um vírus (o pólio vírus), geralmente contraído pela água, que ataca o intestino da criança, causa diarréia, infecção e esse vírus pode ir para a medula, levando à paralisia infantil. O pólio vírus também pode gerar uma paralisia ascendente e morte. “E não há remédio. A única saída é evitar a doença. E ela é perfeitamente evitável pela vacina”, ensinou o governador. A vacina contém o vírus atenuado, criando anticorpos e eliminando a doença.
A vacina pode ser tomada por todas as crianças com menos de cinco anos. A única contra-indicação é para os casos de imunodepressão, ou seja, crianças portadoras de leucemia, tumores e HIV/Aids ou que estejam fazendo tratamento de quimioterapia ou radioterapia.
O governador lembrou que a paralisia infantil ainda não foi erradicada no mundo. “No Brasil, não temos a doença há 15 anos e, em São Paulo, há 17 anos. O último caso registrado no Estado foi em 1988. Mas ainda temos poliomielite em diversos países, entre eles, a Índia, o Paquistão, a Nigéria e outros países africanos. A qualquer descuido, a doença volta e o único tratamento é a vacina”, disse. Ele explicou que uma criança contaminada, mesmo que não desenvolva a doença, transmite o vírus.
A meta é vacinar cerca de 3,1 milhões de crianças, o que corresponde a 95% das 3,3 milhões de crianças nessa faixa etária em São Paulo. No ano passado, o Estado superou as expectativas e conseguiu atingir 96,8% da população com menos de cinco anos. A imunização contra a paralisia infantil é realizada em duas etapas e a segunda deverá ser feita no dia 21 de agosto. “No caso da poliomielite, não basta a criança tomar uma vez a vacina. É necessário, até os cinco anos de idade, tomar cinco doses. Então, é preciso acompanhar a caderneta de vacinação e cumprir todos os rituais. No caso da Sabin, a vacina contra a poliomielite, é preciso que a criança seja vacinada aos dois, quatro, seis e 15 meses de idade e também tome as doses de reforço”, receitou o governador.
Oportunidade para atualizar carteira de vacinação da criança
Durante a vacinação deste sábado, os pais poderão aproveitar para atualizar as carteirinhas de vacinação das crianças. Serão colocadas à disposição doses de outras vacinas, como Tetravalente (contra difteria, tétano, coqueluche e Haemophilus Influenzae), Tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) e contra hepatite B. Alckmin lembrou que o sarampo está erradicado em São Paulo há dois anos graças a vacinação.
Erradicada do Brasil desde 1989, a poliomielite teve os últimos casos confirmados nos Estados do Rio Grande do Norte e Paraíba. Em São Paulo, o último registro foi em 1988, no município de Teodoro Sampaio. Apesar da erradicação, os países livres da poliomielite precisam altas coberturas vacinais e rigorosa vigilância para que a doença não volte.
A poliomielite é uma doença viral aguda que pode ocorrer sob forma de infecção. É caracterizada por febre, mal-estar, cefaléia e, em certos casos, paralisia. Qualquer caso da doença deve ser imediatamente notificado para a vigilância epidemiológica da região.
Campanha do agasalho
Aproveitando a visita ao Abrigo Infantil Nosso Lar, o governador entregou agasalhos arrecadados pelo Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo (Fussesp) às 80 crianças assistidas pela entidade. “O inverno deste ano, ao que tudo indica, será rigoroso. E a expectativa do Fussesp é arrecadar mais de 7 milhões de agasalhos em bom estado, muitos deles novos, para serem distribuídos. E eu queria destacar a solidariedade das pessoas. A respostas tem sido muito positiva”, afirmou.
Ele ressaltou que a Secretaria da Educação promoveu uma gincana entre as escolas estaduais para a arrecadação de agasalhos e uma das que mais se destacaram foi a escola estadual localizada na Favela de Paraisópolis. “Veja o que é a generosidade. Todo mundo, de alguma forma, pode ajudar”, enfatizou.
Cíntia Cury
