Tecnologia: Poli pesquisa versões compactas de sistemas imersivos em realidade virtual

Conhecimento permitiu ao Brasil disponibilizar sistemas mais baratos que do exterior

seg, 03/01/2005 - 9h54 | Do Portal do Governo

Do Portal da USP
Por Júlio Bernardes

‘Com a criação de sistemas compactos, será possível difundir aplicações voltadas para educação, divulgação científica e entretenimento’.

O Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica (Poli) da USP pesquisa duas versões compactas de sistemas imersivos em realidade virtual, para uso em divulgação científica e educação, batizados de ‘grutas digitais’. Um equipamento para planetários avaliado em R$ 250 mil, testado em julho, deverá ser implantado no Parque de Ciência e Tecnologia (CienTec) da USP. O protótipo de um sistema para salas de aula, com custo de R$ 30 mil, será apresentado em junho de 2005.

O professor da Poli Marcelo Zuffo, coordenador do Laboratório, relata que o domínio tecnológico da realidade virtual permitiu ao Brasil disponibilizar sistemas mais baratos que os existentes no exterior. ‘Entretanto, o preço dos equipamentos ainda limita seu uso a indústrias de alto capital, como a automobilística, a aeronáutica e a petrolífera’, diz. ‘Com a criação de sistemas compactos, será possível difundir aplicações voltadas para educação, divulgação científica e entretenimento.’

De acordo com Marcelo, um planetário interativo desenvolvido pelo LSI foi testado durante a reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SPBC) em Cuiabá (MT), no mês de julho. ‘O custo total dos equipamentos foi de R$ 250 mil’, relata. ‘As imagens são geradas por um cluster formado por quatro computadores e exibidas em duas telas panorâmicas por quatro projetores semi-profissionais com alta resolução’. O público visualiza a exibição através de óculos 3-D e o sistema é controlado com equipamento de mão (PDA).

Sala de Aula

Segundo o professor, o Laboratório está desenvolvendo tecnologias para calibração de projetores que reduzirão mais o preço dos sistemas de realidade virtual. ‘Em meados de 2005 será concluído o protótipo de um equipamento para uso em salas de aula, com preço estimado em R$ 30 mil’, afirma. ‘O sistema é semelhante ao utilizado no planetário, mas as telas são posicionadas em quina e a projeção das imagens é feita com projetores portáteis do tipo datashow.’

O teste do planetário interativo na SBPC atraiu cerca de 8 mil pessoas, relata Marcelo Zuffo. ‘Durante todo o evento foram 25 apresentações diárias, para grupos de 50 pessoas, num total de 1250 visitantes por dia’, diz. Um equipamento semelhante deverá ser instalado no CienTec em 2005. ‘Serão realizadas dez apresentações diárias de 30 minutos, para grupos de 50 pessoas, o que permitirá atender 150 mil visitantes em um ano’, calcula o professor.

As pesquisas sobre equipamentos de realidade virtual compactos contam com o apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Marcelo Zuffo relata que o LSI passou a integrar o V-HIVE, uma instalação distribuída de realidade virtual em parceria com universidades da Suécia e dos Estados Unidos. ‘O projeto é uma experiência com redes de computador de alta velocidade, como as que serão criadas pelo projeto Kyatera, da Fapesp’, aponta.

V.C.