Pesquisadores do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, vinculado à Secretaria da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, desenvolveram um corante que pode ser aplicado em pisos cerâmicos. O projeto, feito pelo laboratório da escola técnica Trajano Camargo, de Limeira, mostra que a tecnologia pode resolver problemas ambientais e econômicos, pois o produto é fabricado de lodo resultante do tratamento da água utilizada na fabricação de jóias.
O corante pode ser combinado com o vidro, para utilização em vitrais e aplicações em pisos cerâmicos. De acordo com a granulação do corante, o revestimento do piso fica mais rústico ou mais liso, o que possibilita sua utilização em áreas externas ou internas. Segundo os pesquisadores, o processo deixa o material inerte, evitando a poluição do ambiente.
Existem mais de quinhentas empresas fabricantes de jóias e folheados, na cidade de Limeira. Entretanto, o processo de fabricação gera um lixo tóxico para o ambiente. As peças são lavadas com água, que acaba sendo contaminada com metais pesados como níquel e cobre. A água é tratada para ser devolvida ao ambiente, mas resta um lodo que até há pouco tempo não podia ser aproveitado. Foi com esse lodo que os professores Gislaine Barana e Sérgio Delbianco iniciaram suas pesquisas, em junho deste ano.
O lodo passa por uma secagem, é triturado e tratado até se tornar o pó que é usado como base para o corante. A coloração depende do metal predominante. O níquel, por exemplo, resulta em marrom; o cobre, em verde azulado. Mas já existem estudos de outras tonalidades com a mistura dos metais.
‘O importante é que o processo deixa o material inerte, evitando a poluição do ambiente’, comemora Gislaine. A matéria-prima era um grande problema para a região. O lodo é um lixo de classe 2, tóxico, que existe em grande quantidade e as fábricas não sabiam o que fazer com ele. As pesquisas devem estar concluídas no início de 2002.
