Tecnologia: Parceria entre IPT e odontologia nacional pode ajudar em novos avanços

Estudos foram apresentados durante o 22º Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo

sex, 06/02/2004 - 15h24 | Do Portal do Governo

A parceira entre IPT e Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD) poderá render bons frutos, especialmente no aspecto da inovação, para a odontologia nacional. Alguns objetivos comuns foram apresentados durante o 22º Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo e 7ª Feira Internacional de Odontologia de São Paulo, realizados em janeiro, no Parque Anhembi, promovidos pela Associação.

O evento reuniu 250 empresas nacionais e 45 internacionais fabricantes de equipamentos, resinas e outros materiais, segundo dados da organização. As possibilidades de um programa de certificação e, outro, de aperfeiçoamento profissional contínuo empregando ferramentas de ensino à distância, produzem as primeiras expectativas.

A APCD é uma instituição sem fins lucrativos com 92 anos de atividades. Aproximou-se do IPT há cerca de dois anos, interessada no potencial técnico para ensino à distância. Para o diretor do Centro Virtual de Informação e Conhecimento em Odontologia vinculado à Associação, Antonio Salazar Fonseca, a idéia é, a partir da sala de aula da entidade, no bairro paulistano de Santana, pulverizar conhecimento via satélite para profissionais em toda a América Latina.

O início está previsto para o dia 16 de março de 2004, com um curso específico sobre cerâmicas livres de metal para prótese fixa. Thomas Rose, assessor técnico da Superintendência do IPT, esclarece que a estratégia da rede de educação à distância da APCD foi projetada pelo Instituto. ‘Começaremos com uma rede de teleconferência com16 salas em São Paulo, Rio e Manaus, com sinal digital da TV Cultura e suporte Web. Mais tarde essa rede deverá evoluir para videoconferência, ferramentas Web, assessoria em rotas de aprendizado para dentistas, entre outras inovações.’

Qualidade

Segundo o presidente da APCD, Raphael Baldacci, a odontologia brasileira é respeitada internacionalmente. ‘Somos o terceiro País no mundo em produção de trabalhos científicos, temos empresas produzindo equipamentos e materiais de qualidade e estimulamos o intercâmbio para facilitar a reciclagem profissional. Do ponto de vista tecnológico, nossas empresas buscam padrões internacionais e avanços especialmente na informática. Por isso a parceria com o IPT é, neste momento, muito importante para nós. O Instituto já possui uma infra-estrutura laboratorial qualificada que permite investirmos em diversas áreas, buscando avanços na pesquisa, certificação de produtos, orientação para qualidade e ensino.’

O assessor da Presidência da APCD, Amadeu Virolli, enfatizou o potencial da parceria entre as duas instituições de alta credibilidade nos respectivos setores. ‘Além da transmissão de conhecimentos teóricos à distância, capaz de gerar economia importante de recursos, a indicação de adequações e certificação de produtos nacionais a serem feitas pelo IPT trarão importantes avanços. Para isso, a APCD colocará à disposição do Instituto um banco de dados de profissionais e empresas associados que constituem nosso maior patrimônio. Ações certificadoras também deverão abrir caminho para trabalhos conjuntos com o Prumo e o Progex, visando resolver problemas técnicos no chão de fábrica e a exportação.

Para o diretor técnico do IPT, Francisco Nigro, um programa de certificação é bastante complexo. ‘No caso da parceria com a APCD, estamos diante de um grande desafio, que inaugura uma fase histórica para as duas instituições. A área odontológica é muito promissora e oferece um leque amplo de possibilidades no campo dos estudos e análises. Deveremos nos concentrar naquilo em que temos competência, ou onde é viável investir para adquiri-la. Para isso contamos com uma relação das demandas da APCD.’

O IPT deverá fazer levantamentos de normas técnicas nacionais e internacionais, caso a caso, para aperfeiçoamento de produtos. ‘Pretende-se – diz Nigro – no futuro, emitir um selo de qualidade com a marca IPT/APCD, o que é viável. Desde que seja feito caso a caso. Não existe um selo genérico que dê o aval desde a broca dentária até a cadeira do dentista. Para avançarmos no campo da certificação, deveremos construir uma lógica global visando ao aumento da qualidade e diminuição dos custos, produzindo competitividade. Para cada setor há uma estratégia.

Embora estejamos falando nas características de um selo para o mercado odontológico interno, o patamar de exigência que o IPT deverá colocar é o do mercado global. Cada competência necessária poderá implicar na busca de interfaces com outras instituições como, por exemplo, a Anvisa em casos como os de anestesias ou alimentos.’