Tecnologia: Laboratório Têxtil do IPT está apto a certificar todo tipo de tecido

Na Feira Internacional de Tecidos Técnicos, instituto mostra-se como referência nacional em ensaios de certificação

sáb, 01/11/2003 - 16h22 | Do Portal do Governo

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), ligado à Secretaria da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo do Estado de São Paulo, está abrindo as portas do mais completo Centro de Certificação e Ensaios em produtos têxteis do Brasil. O Laboratório Têxtil, em colaboração com o Inmetro, resultou de um convênio entre o IPT e a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), sendo a única entidade no País capaz de atuar em toda a cadeia têxtil, desde as fibras e filamentos (naturais e manufaturados), os fios e os tecidos crus (para vestuário e para o lar, e os tecidos técnicos, tanto tecidos planos, de malhas e/ou não-tecidos), seu beneficiamento e confecção.

Estão à disposição dos clientes mais de 200 tipos de ensaios baseados em metodologia internacional atualizada, destinados ao controle de qualidade, à geração de dados e à avaliação de desempenho dos produtos. Mais de 60 desses métodos de ensaio estão credenciados na Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaios (RBLE), cujas unidades são credenciadas pelo Inmetro.

Os novos rumos da indústria têxtil foram determinantes para o salto de qualidade dos tecidos planos ou os não-tecidos, ou seja, das primeiras fraldas descartáveis dos anos 60 aos atuais absorventes higiênicos.

Os ensaios realizados no Laboratório Têxtil possibilitam que se ateste se os produtos têm ou não as propriedades indicadas pelos seus fabricantes. Por exemplo, se o filtro de café é capaz de reter a grande maioria do pó de café, coando o produto num prazo hábil, sem esfriá-lo e assegurando seu sabor. Ou que um colete à prova de balas realmente reterá o projétil disparado contra o corpo do policial. Ou, ainda, que a roupa do bombeiro não irá se incendiar ou transmitir muito calor quando exposto ocasionalmente às chamas.

Garantia de qualidade

Em seu estande na Techtextil South América 2003 – Feira Internacional de Tecidos Técnicos e Não-tecidos, a ser realizada de 11 a 13 de novembro, paralelamente ao Congresso Techtextil South America, na ITM Expo, o IPT pretende demonstrar a confiabilidade dos ensaios do laboratório, por meio de modernos testes de permeabilidade à água em carpetes de grama sintética, fundamentais para determinar a qualidade da drenagem desse piso. Ela é fundamental quando os jogos são realizados sob chuva intensa, sem a necessidade de paralisação pelo excesso de retenção de água.

A Feira Techtextil é realizada a cada dois anos em cinco países: Alemanha, Brasil, China, Estados Unidos e Rússia, e é destinada aos principais setores da indústria têxtil de não-tecidos e tecidos técnicos, como confecções, indústria, agricultura, medicina e higiene, transporte, automobilística, calçados, decoração, móveis e estofados, ecologia e construção civil. A edição da feira sul-americana é sediada no Brasil porque o País é responsável por mais de 70% do faturamento de tecidos técnicos e não-tecidos na América do Sul.

A atividade gera cerca de US$ 1,193 bilhão ao ano. Para se ter uma idéia da quantidade de materiais têxteis produzidos, em 2001, o volume de fraldas descartáveis fabricadas no Brasil foi igual ao do Japão, que apresenta renda per capita muito superior à brasileira. O crescimento é fundamental para suprir o aumento da demanda interna e a do mercado sul-americano.

Dados da Associação Brasileira da Indústria de Não-tecidos e Tecidos Técnicos (ABINT) mostram que o brasileiro consome anualmente 680 gramas de não-tecido, contra 2,5 kg do consumo por pessoa nos Estados Unidos, ou seja, pouco mais de 19% do índice dos norte-americanos.

O segmento dos não-tecidos, apesar de ainda ser considerado restrito no Brasil, tem boas perspectivas para o futuro. Freddy Gustavo Rewald, coordenador do Techtextil Congress South America 2003 e especialista neste segmento, estima que o Brasil comporta, a médio prazo, 300 a 400 empresas do setor, criando maior diversificação de produtos e de aplicações. “Tecnologia é o componente básico, especialmente diante das metas brasileiras de exportação, pois agrega valor ao produto nacional”, diz Rewald, que acredita que a participação do IPT nesse encontro técnico será fundamental para o desenvolvimento das empresas do setor.

“Bíblia” da indústria têxtil

O IPT, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), o setor produtivo e a empresa Santista Têxtil S.A. vão lançar, na Techtextil’2003, o manual que, para os especialistas, é a mais nova referência para o setor. Com 340 páginas, foi coordenado pelos pesquisadores Eraldo Maluf e Wolfgang Kolbe, ambos do IPT. “As informações técnicas oferecidas no manual atendem à toda a cadeia têxtil: fibras, fiação, tecelagem, malharia, não-tecidos, acabamento, beneficiamento e confecções. Além disso, é a única no gênero em português, num estilo didático, acessível. Por isso acreditamos que será a nova ‘bíblia’ do setor, orientando desde profissionais do chão de fábrica, até estudantes e gerentes”, diz Maluf.

Da Assessoria de Imprensa do IPT