Tecnologia: IPT testa solução indiana para geração de energia na zona rural

Equipamento utiliza a gaseificação de resíduos agrícolas para acionar motores movidos a óleo diesel

qui, 24/06/2004 - 12h54 | Do Portal do Governo

Uma técnica indiana capaz de reduzir o consumo de diesel utilizado por geradores em comunidades rurais sem acesso à rede elétrica está sendo testada com sucesso pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT).

Trata-se de um equipamento que utiliza a gaseificação de matéria-prima local, como resíduos agrícolas ou galhos de árvores, para acionar os motores movidos a óleo diesel. A tecnologia utiliza a biomassa desses resíduos, considerados produtos economicamente viáveis para regiões pobres. O consumo de biomassa seca necessária para a produção de energia é da ordem de 1 kg/h para cada kW elétrico gerado. Neste caso, o diesel tem seu consumo reduzido ao mínimo, utilizado apenas para fazer o motor funcionar.

“O gaseificador consegue transformar a biomassa em um gás capaz de substituir 80% do diesel consumido no motor”, disse o coordenador dos estudos com o equipamento, Ademar Hakuo Ushima, pesquisador do Agrupamento de Engenharia Térmica do IPT, à Agência FAPESP.

Uma unidade de gaseificação, desenvolvida pelo Indian Institute of Science, de Bangalore, foi trazida para o Laboratório de Combustão e Gaseificação de Motores do IPT para ser testada com biomassas como casca de cupuaçu, casca de coco de babaçu e cavaco de eucalipto. Após a realização dos experimentos, foi iniciada a etapa de testes de desempenho dos gaseificadores na comunidade de Aquidabam, a 90 quilômetros de Manaus.

“Cada equipamento pode gerar energia elétrica para comunidades de até 150 pessoas a partir da matéria-prima local. Por conta disso, estamos tentando fabricar o equipamento no Brasil por meio de uma parceria com o instituto indiano. Trata-se de uma tecnologia extremamente fácil de ser replicada e produzida no país”, disse Ushima. “Além disso, é possível implementar algumas melhorias no equipamento, fazendo com que a tecnologia esteja totalmente adaptada à realidade nacional”.

Da Agência FAPESP