Tecnologia: IPT participa da Feira de Tecnologias Emergentes na Capital

Evento organizado pela Unctad e Unido termina na próxima sexta-feira, dia 18

seg, 14/06/2004 - 10h28 | Do Portal do Governo

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) participa da Feira de Tecnologias Emergentes, que reúne empresas, governos e empreendedores de vários países. O evento, promovido pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido) e Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), começou ontem, dia 13, na Capital, e termina na sexta-feira, dia 18.

O objetivo é proporcionar às empresas e institutos de tecnologia participantes a oportunidade de apresentar novas idéias, projetos, conceitos, produtos e mercados futuros em suas áreas de especialização.

A ênfase será nas áreas de energia, biotecnologia, aeroespacial, nanotecnologia e informação. Destaque especial será dado às tecnologias emergentes como energia renovável, processamento de alimentos, medicamentos e materiais de construção. O IPT participa da feira em estande compartilhado com a empresa incubada Adespec. Apresentará projetos de plástico biodegradável, armazenamento de gás natural, petróleo, biomassa, plasma, regeneração de areias de fundição, Prumo e Progex para apoio às micro e pequenas empresas.

  • ENERGIA

    Estocagem de Gás

    O IPT apresenta projeto pioneiro na América Latina, para estocagem subterrânea de gás natural em São Paulo, em parceria com a Petrobras, no âmbito do Programa Tecnológico de Novas Fronteiras Exploratórias (Profex) da empresa. O objetivo dos estudos é dar suporte logístico ao setor e à política do governo estadual, de incentivar o uso do gás como combustível, aumentando sua produção.

    A tecnologia utilizada para encontrar imensos reservatórios subterrâneos é em parte semelhante à utilizada em países da Europa e Estados Unidos. É feito um estudo procurando-se estruturas geológicas favoráveis à estocagem, similares àquelas que armazenam naturalmente gás e petróleo. A principal diferença é a existência de água na camada arenosa do reservatório, o que é fundamental para manter o gás aprisionado. Ao ser injetado, o gás expulsa um pouco do líquido e fica depositado sob pressão naquela estrutura, formando imensos depósitos subterrâneos.

    Sprays combustíveis

    A Estação de Sprays Combustíveis realiza testes em dispositivos nebulizadores/ atomizadores de queimadores sem a presença de chama, possibilitando a avaliação adequada da qualidade do processo de nebulização. Iniciativa conjunta do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, da Petrobras – Petróleo Brasileiro S. A. e da Petrobras Distribuidora S. A., a unidade está localizada no Laboratório de Combustão Industrial do Agrupamento de Engenharia Térmica do IPT.

    Podem ser testados bicos nebulizadores em uma ampla faixa de vazões de óleos combustíveis, representativas das condições encontradas em caldeiras, fornos e outros equipamentos do parque industrial do país. Alterando os fluidos de trabalho e as condições operacionais, é possível levar em conta as características e propriedades dos óleos combustíveis que influenciam no processo de obtenção do spray.

    Os principais usuários dos serviços da Estação de Sprays são os consumidores de óleo combustível no país, que, ao utilizarem os serviços, poderão obter melhores condições para a combustão e redução das emissões de poluentes.

    Eletricidade – Gaseificador

    Gaseificador, de tecnologia indiana, testado no IPT e adaptado às condições brasileiras, gera energia elétrica para comunidades distantes a partir de biomassa (gases combustíveis que substituem óleo diesel), produto farto e economicamente viável para regiões pobres. O equipamento, de pequeno porte, está instalado em Aquidaban, a 90 km de Manaus (AM), e pode reduzir em até 80% o consumo do diesel em sistemas de geração distribuída de energia elétrica de pequeno porte, utilizado por comunidades rurais localizadas em regiões remotas, especialmente na região amazônica brasileira, onde as distâncias tornam o custo do transporte do combustível até duas vezes mais caro que o próprio custo do produto.

    O equipamento original, desenvolvido pelo Indian Institute of Science (IISc), de Bangalore, foi importado pelo BUN (Biomass Users Network do Brasil) e o CENBIO (Centro Nacional de Referência em Biomassa) para ser testado com biomassas regionais. Os testes foram realizados nos Laboratórios de Combustão e Gaseificação e de Motores do IPT, com mais de 400 horas de operação do equipamento. As biomassas utilizadas foram cavaco de eucalipto, casca de cupuaçu, casca de coco de babaçu e peletes de resíduos de eucalipto.

    O consumo de biomassa seca necessária para a produção de energia elétrica é da ordem de 1 kg/h para cada kW elétrico gerado e, neste processo, o uso do diesel não pode ser dispensado, porém seu consumo é reduzido ao mínimo, suficiente apenas para fazer o motor funcionar.

    Tecnologia Ambiental

    Equipamento para reciclagem de alumínio – O forno à base de plasma recicla latinhas de cerveja e de refrigerante num processo que vai tornar mais eficiente, com menos gastos de energia e sem deixar resíduos a volta desses produtos à liga de alumínio utilizada na produção de novas latas. O forno é aquecido por plasma, gás produzido em altas temperaturas, mais conhecido como o quarto estado da matéria. O equipamento vai reciclar todo tipo de objeto de alumínio, além de aparas e borras industriais. Sua eficiência permite, também, ganho na área ambiental: a eliminação total de rejeitos industriais no final do processo.

    Unidade móvel recicla areias de fundição

    Mais de mil empresas trabalham com a fundição de peças no Brasil, produzindo desde torneiras até blocos de motor. Muitas delas usam areia na fabricação dos moldes, onde o metal líquido é despejado. Quando a peça fica pronta, parte da areia volta para o processo. E o que fazer com a outra parte, contaminada por componentes das ligas metálicas e das resinas aglomerantes? Jogá-la fora é desperdício e risco ambiental. Depositá-la em aterro especial custa caro. O problema é grande: dois milhões de toneladas de areias de fundição são descartadas a cada ano.

    O IPT desenvolveu dois processos industriais de regeneração de areias. Eles são ideais para pequenas e médias fundições, que têm grande dificuldade de lidar com a questão ambiental. Cerca de 90% da areia que hoje é descartada permanecem em uso na própria fundição, com vantagens tecnológicas e ambientais notáveis e a um custo menor do que se gastaria para depositar num aterro seguro e substituir o material descartado. E as soluções podem ser levadas até a empresa, pois os equipamentos operam montados numa jamanta.

  • BIOTECNOLOGIA E SAÚDE

    Plástico biodegradável (PHB), pode ser utilizado na microencapsulação de fármacos, liberando-os de maneira controlada no organismo humano.

    O plástico biodegradável foi desenvolvido a partir da cana-de-açúcar pelo IPT, em parceria com instituições de pesquisa, empresas e agências de fomento.

  • APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

    Projetos do IPT e parceiros institucionais, como o Sebrae, viabilizam apoio tecnológico às micro e pequenas empresas nacionais.

    O Prumo leva atendimento ao chão de fábrica, a bordo de unidades móveis. O Progex dá apoio tecnológico a empreendedores com potencial exportador. A incubação proporciona suporte a empresas de base tecnológica.

    Da Assessoria de Imprensa do IPT

    (AM)