Tecnologia: IPT inaugura Laboratório de Microfluídica

Aplicação é variada, indo desde cosméticos, passando pela química, até microcomponentes de informática

seg, 27/09/2004 - 12h16 | Do Portal do Governo

Menores e mais eficientes. Assim deverão ser muitas das modernas plantas industriais do século XXI. O segredo está na micro e nanotecnologia, ramo do conhecimento científico e tecnológico voltado às estruturas e dispositivos infinitesimais com propriedades especiais. Em sintonia com os avanços neste campo o IPT inaugura nesta segunda-feira, dia 27, às 16 horas, o Laboratório de Microfluídica que utiliza, em forma de rede, diversos equipamentos e infra-estrutura do próprio Instituto e da Escola Politécnica (Poli/USP).

A nova unidade fica no campus da Cidade Universitária, na zona oeste da capital. Trata-se do primeiro laboratório no País em metodologia de fluidos aplicada a vazões muito pequenas, medidas em unidades como mililitros/hora ou microlitros/minuto. Seus objetivos iniciais são:
· Investigar os fenômenos dos fluidos em micro e nano escalas;
· Projetar e desenvolver dispositivos microfluídicos para aplicações nas áreas de biotecnologia, biomedicina, ambiental, processos químicos e industriais;
· Prestar serviços de metrologia em baixas vazões.

A inauguração ocorre após lançamento da Rede IPT de Micro e Nanotecnologia, com o objetivo de interligar atividades de pesquisa nestas áreas. Segundo o pesquisador Mario Gongora, um dos responsáveis pela implantação da nova unidade técnica, a criação do Laboratório contou com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). As possibilidades de aplicação desta tecnologia são muito variadas indo desde cosméticos, passando pela química, até microcomponentes de informática como pontas de impressoras jato de tinta. ‘Microrreações químicas poderão gerar elementos nanoestruturados
como minúsculos materiais magnéticos ou, ainda, micropartículas para aplicações biomédicas que permitirão, por exemplo, a micromedicação induzida pelos chamados ‘pâncreas artificiais’ em diabéticos, entre outras.’

Para Gongora, atualmente a pesquisa e a produção nacionais encontram-se diante de uma importante mudança de paradigma. ‘Com novos sistemas fluídicos, as grandes fábricas químicas e farmacêuticas, entre outras, terão menores custos com insumos e maior eficiência. Também será menor a necessidade de insumos para testes. Dispositivos em miniatura permitirão reduzir à metade um destilador de 10 metros cúbicos. Além disso, a microfluídica reduz o stress mecânico que degrada precocemente os elementos das misturas, mantendo a estabilidade e a integridade de suas partículas e diminuindo custos. Na área ambiental, será ferramenta eficiente na gestão de fluidos e controle da poluição nas águas de represas, medindo e avaliando com maior rapidez e precisão a proliferação de algas e microorganismos muitas vezes tóxicos.’

Da Assessoria de Imprensa do IPT