Nove produtos de oito empresas ganharam o Brasil Premium 2002, em cerimônia realizada na última segunda-feira, dia 9, no auditório do Ministério da Fazenda, em São Paulo. O evento foi promovido pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em parceria com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Câmara de Comércio Exterior (Camex), Inmetro, Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex) e Ministério do Desenvolvimento Industrial e Comércio Exterior.
O objetivo é certificar produtos nacionais para assegurar qualidade internacional e propiciar competitividade. Participaram da solenidade o ministro da Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, secretário estadual de Ciência e Tecnologia, João Carlos Meirelles, diretor-superintendente do IPT, Guilherme Plonski, empresário Edson Vaz Musa.
‘Qualidade, conceito e marca são construídos com determinação. E o produto com estas características eleva o nome do Brasil no Exterior’, festejou Furlan. ‘O prêmio não é dirigido apenas ao produto, mas sobretudo ao processo industrial em que está inserido’, completou Meirelles.
Made in Brazil
O presidente do Conselho do Brasil Premium é Vaz Musa, nome conceituado no empresariado nacional, que também presidiu durante anos a Rhodia do Brasil. Ressaltou que o prêmio ainda é pouco divulgado e prometeu empenho em torná-lo mais conhecido.
Plonski, do IPT, elogiou o trabalho dos 90 auditores e juízes que analisaram diversos produtos para escolher os vencedores. ‘O importante é que os premiados reúnem princípios básicos de qualidade.’
O prêmio foi criado em 2001 por iniciativa do Ministério do Desenvolvimento, que encomendou pesquisa para saber como a manufatura brasileira era vista no exterior. O estudo mostrou que, apesar de um povo simpático e da natureza exuberante, o País produzia artigos de baixa qualidade.
Para incentivar a exportação e melhorar a imagem dos made in Brazil, o Ministério dispôs-se a divulgar os que se destacassem pela qualidade e padrões reconhecidos no mercado internacional. A avaliação e classificação dos produtos, sob rígidos critérios técnicos, foram delegadas ao IPT.
Juízes e avaliadores
A empresa candidata é obrigada a ter certificação ISO 9000 (e 14000 se envolver aspectos ambientais), adimplência fiscal, não usar mão-de-obra infantil e obedecer às normas técnicas internacionais. Os critérios constam no Manual de Candidatura e Seleção de Produtos, no site www.ipt.br/brasilpremium.
O produto é submetido à banca de juízes, formada por técnicos do IPT, de órgão públicos e da iniciativa privada. Se passar pela primeira fase, a empresa receberá visita dos avaliadores em suas instalações, para verificar métodos de fabricação, laboratórios, ensaios e controle de qualidade. Os vencedores serão anunciados pelo Conselho Deliberativo do prêmio.
O grupo de avaliação é composto por profissionais de diversas especialidades, com saber técnico, aspectos éticos, de sigilo e de conflito de interesses. Exige-se formação em engenharia, conhecimentos básicos de projeto e produção, familiaridade com normas e regulamentos e experiência mínima de cinco anos na profissão.
Prêmio 2003
Indústrias interessadas em participar da edição 2003 do Brasil Premium podem se inscrever até agosto, no site do IPT. A avaliação será feita em setembro e as visitas, em outubro. A entrega da certificação e dos prêmios, que nesta segunda edição foi em forma de estatueta dourada, será em novembro.
De motores a cachaça
A Weg Indústrias recebeu prêmios por dois produtos: motor à explosão e inversores de freqüência, desenvolvidos na fábrica de Jaraguá do Sul (SC). O diretor de vendas Celso Siebert, que recebeu o primeiro prêmio, frisou que os motores se destinam a ambientes industriais agressivos (gases, vapores e produtos inflamáveis). Os inversores são indicados para compor equipamentos e linha de automação em indústrias. ‘Com a certificação, ampliaremos nossas exportações, que atualmente atendem à quase 60 países.’
A Divisão Iluminação da Philips do Brasil ganhou o selo pelas inovações tecnológicas em suas lâmpadas fluorescentes para escritórios e residências. O gerente de produção Maurício Orlandini disse que a novidade é a redução do teor de mercúrio no produto. ‘Conseguimos diminuir de 8 mg para 5 mg, enquanto a concorrência usa de 12 mg a 30 mg’, garante. O elemento químico é prejudicial à saúde e ao meio ambiente. ‘O Brasil Premium representa o êxito de nosso produto no mercado.’
Os outros ganhadores foram: Companhia Müller de Bebidas (cachaça Terra Brazilis), Furukawa Industrial (cabo óptico), Brasilata (fechamento de embalagem), KLD Biosistemas (estimulador neuromuscular), Fortitech Industrial (pré-mistura de sistemas de nutrientes) e Aracruz Celulose (celulose ECF PW).
SERVIÇO
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Otávio Nunes
Da Agência Imprensa Oficial e Assessoria de Imprensa do IPT
(AM)
