Tecnologia: IPT assina convênio para criação do Centro Tecnológico de Compósitos

Material composto de resina tem mais de 40 mil aplicações em diversos setores da economia

ter, 04/06/2002 - 13h43 | Do Portal do Governo

IPT e Asplar assinam convênio para criação de Centro Tecnológico de Compósitos, materiais plásticos com diversas utilizações na indústria

Um botão de camisa, a carroçaria de um carro de fórmula 1 e uma bola de boliche têm algo em comum. Todos eles são feitos de compósitos. Uma combinação de resina e reforço – que pode ser natural, fibra de vidro, carbono, aramida, entre outros -, os compósitos tem mais de 40 mil aplicações em setores como agricultura, saneamento, transportes, indústria automobilística, aeronáutica, vestuário e construção civil. Entretanto, os compósitos ainda são pouco explorados no Brasil.

Com o intuito de reverter esta situação, o IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas, vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo – e a Associação Brasileira de Materiais Plásticos Compostos (Asplar) assinarão nesta quinta-feira, dia 6, um convênio para a incubação pioneira do Centro Tecnológico de Compósitos (Cetecom) no IPT. A parceria com a Asplar inaugura uma nova forma de atuação: cria uma incubadora de centros de inovação tecnológica empresarial.

Em países desenvolvidos, como a França, o compósito tem uma presença expressiva. A pretensão do Centro é que isso aconteça também no Brasil. O compósito tem uma série de vantagens. É leve, resistente à corrosão, isolante, seus moldes são baratos e ele é facilmente moldável, possibilitando grande liberdade de design. Além disso, permite a reciclagem. Seus resíduos podem ser usados como carga de asfalto e na geração de energia.

A idéia da criação do Cetecom surgiu da demanda do próprio setor que, pelas mãos da Asplar, chegou ao IPT. Dessa maneira, a Associação e o Instituto criaram o projeto com o objetivo de promover e aumentar a competitividade do setor, que tem grande potencial de crescimento e exportação.

O Centro pretende oferecer cursos de capacitação básica e de gestão do processo de inovação tecnológica. Deverá criar um sistema de informação e conhecimento, elaborar um site que disponibilize fontes identificadas, realizar eventos – como seminários, workshops, feiras e jornadas para troca de informações e divulgação de trabalhos técnicos – e estimular a inclusão da disciplina de materiais compósitos no currículo de escolas de ensino técnico e superior. Proporcionará a possibilidade de desenvolver e melhorar processos, equipamentos e produtos, cuja certificação será oferecida.

O Cetecom servirá de modelo para a incubação de centros similares em outros setores. Seu objetivo é a aproximação e interação entre as indústrias, principalmente micro e pequenas, os institutos e as universidades. Ele ajudará na cooperação com centros tecnológicos já estabelecidos no exterior, como é o caso dos Centros Regionais de Inovação e Transferência de Tecnologia na França.

Segundo Neusa Maria Vaz, gerente do projeto de implantação, o IPT será um ‘facilitador em todas as etapas do Centro, disponibilizando área e infra-estrutura para sua hospedagem, compartilhando todos os seus departamentos, produtos, serviços e recursos humanos especializados e atuando como interlocutor junto a órgãos de fomento’. O Instituto também dará orientação ao setor em pedidos de apoio a órgãos como Fapesp, Finep e Apex. Já a Asplar oferece conhecimento, competências e recursos humanos, financeiros e materiais. Seu presidente, José Alaor Alves, resume a importância do Centro: ‘Ele vai nos ajudar a encontrar o caminho para o crescimento do setor’. A previsão para a inauguração do Cetecom é de seis meses. ‘Para que ele funcione a todo vapor será necessário um ano.’

Data: Quinta-feira, dia 6 de junho de 2002
Horário: 11 horas
Local: IPT – Auditório Cid Vínio – Prédio 36, av. Prof. Almeida Prado, 532 – Cidade Universitária – Butantã – São Paulo