Tecnologia: IAC duplica número de estações meteorológicas

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sex, 17/05/2002 - 18h21 | Do Portal do Governo

Dobrar o número de estações meteorológicas. É isso que está fazendo o Instituto Agronômico (IAC-Apta), segundo o pesquisador Orivaldo Brunini, especialista em climatologia. ‘O IAC está ampliando de 60 para 120 as suas estações meteorológicas de monitoramento automático do clima’, informa. Ainda segundo o pesquisador, além da ampliação, a rede será também modernizada.

Não é novidade para ninguém que o setor agropecuário depende diretamente de fatores climáticos, como chuva e sol. Mas, faça chuva ou faça sol, o agricultor e o pecuarista têm que continuar a produzir. A climatologia é uma maneira de o homem controlar, por exemplo, as perdas de uma geada ou de um longo período de estiagem. ‘A climatologia é a ciência que estuda as variações climáticas e as flutuações dos elementos climáticos nos vários setores do agronegócio’, afirma Brunini.

Daí a importância da ampliação dessa rede de monitoramento climático que, segundo o pesquisador, realiza um trabalho centenário. ‘A rede de estações meteorológicas vem ajudando os produtores nessa área. Desde 1890 essa rede vem avaliando os parâmetros hidrometeorológicos’ e em 1988 foi implantado a CIIAGRO (Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas)’, conta Brunini. ‘Sem essas tecnologias (climatológicas), os riscos e danos referentes às secas e geadas teriam maior impacto. A exploração agrícola com base no zoneamento agroclimático estabelece as bases do agronegócio’, acrescenta o pesquisador.

A climatologia tem ajudado os agricultores de diversas formas. Seja por meio de previsão do tempo, ou pela elaboração de calendários agrícolas e de balanços hídricos, ela se viabilizou como importante ferramenta em qualquer atividade agropecuária que vise à competitividade. ‘(A climatologia) permite tomar decisões imediatas para executar as práticas agudas com suporte agrometeorológico, como irrigação, plantio e colheita’, afirma Brunini.

O IAC através do CIIAGRO, por exemplo, executa boletins meteorológicos, além de realizar balanços hídricos que permitem ao produtor saber qual a disponibilidade de água no solo em tempo real. Os estudos da climatologia também reduzem o risco do uso de irrigações em períodos chuvosos, evitam a perda de materiais utilizados no solo (fertilizantes, defensivos, etc) pela ação da chuva e prevêem a proliferação de pragas e doenças, entre outras coisas.

Não bastasse tudo isso, a climatologia ajuda na diminuição de impactos ambientais. Um exemplo claro é a aplicação de defensivos químicos. Se ela for feita no período correto, evitará que a chuva leve esses compostos aos mananciais, contaminando, consequentemente, os rios que podem abastecer a população. Isso inclui também a possibilidade de um manejo agroquímico racional.

Outras tecnologias utilizadas na climatologia são: definição e uso de índices de seca; classificação de zoneamento climático; índice de Palmer (resultado do confronto entre as condições hídrica e térmica de uma região); índice padronizado de precipitação (usado para medir a quantidade de chuva padrão de uma região) e o sistema geográfico de informação, utilizado para mapeamento e localização geográfica por satélite.