Tecnologia: Faculdade de Farmácia da USP desenvolve chocolate de cupuaçu

Professora, responsável pela descoberta, está há seis anos à frente desta pesquisa

ter, 06/04/2004 - 10h31 | Do Portal do Governo

Do Portal da USP


Por Simone Harnik

‘Esse é um produto com grande potencial, pois o preço da gordura do cupuaçu, que entra na formulação do chocolate, custa cerca de um terço da gordura do cacau’

A Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP deverá patentear a tecnologia de fabricação do ‘chocolate’ de cupuaçu (Theobroma grandiflorum), um fruto da família do cacau. Ao todo, seis produtos, entre ‘achocolatados’ e ‘chocolates’, constam no pedido de patente feito recentemente pela FCF.

A professora Suzana Caetano da Silva Lannes, do Departamento de Tecnologia Bioquímico-Farmacêutica, responsável pela pesquisa, trabalha com o desenvolvimento do chocolate de cupuaçu há seis anos. ‘Esse é um produto com grande potencial, pois o preço da gordura do cupuaçu, que entra na formulação do chocolate, custa cerca de um terço da gordura do cacau’, afirma.

Além da vantagem econômica, o ‘chocolate’ de cupuaçu também é mais saudável. Segundo a pesquisadora, essa fruta tem o teor de teobromina, substância com efeitos estimulantes como os da cafeína, bem menores que os do cacau. A diferença entre os teores das duas frutas é em torno de 85%. Além de diferenças com relação à cristalização.

Produtos

Foram desenvolvidas três versões de ‘chocolate’: o meio amargo, o ao leite e o branco (que não leva a massa do cupuaçu, mas sim apenas a gordura). ‘As formulações foram acertadas para que os produtos finais tivessem consistência semelhante às dos chocolates tradicionais. A gordura de cupuaçu apresenta maciez bem maior que a manteiga de cacau, o que faz com que o produto sem o ajuste seja muito ‘mole’, difícil de ser comercializado em países com clima tropical’, explica Suzana.

Os produtos ‘achocolatados’ de cupuaçu protegidos pela patente são o tradicional, o adicionado de cálcio e o dietético. A inovação é que as três variedades receberam um tratamento para torná-las instantâneas, ou seja, para que dissolvam assim que colocadas no leite. Os achocolatados do mercado, em geral, não se dispersam por completo e acumulam no fundo do copo.

‘Daqui para a frente, vamos trabalhar o desenvolvimento de linhas industriais, com pesquisas para a produção de bombons e de sorvete, por exemplo’, conta Suzana, que já foi consultada por empresas do ramo.

Mais informações podem ser obtidas no site www.usp.br/agen/
V.C.