O Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec), na Cidade Universitária, divulgou o balanço anual da incubadora e apresentou produtos que estão prontos para o mercado. No início da semana, um café tecnológico reuniu os principais parceiros do centro. Durante o evento, o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Silvano Gianni, e o superintendente do Sebrae-SP, José Luiz Ricca, renovaram o convênio com o Cietec, no valor de R$ 568 mil para 2004.
Com cinco anos de funcionamento, o Cietec é a maior incubadora de empresas da América Latina e foi eleito Núcleo de Referência em Marketing e Comercialização pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas (Anprotec). Nesse período, 14 empresas foram graduadas, esse ano há previsão de mais dez.
Atualmente, são 96 empresas incubadas atuando nas áreas de biomedicina, biotecnologia, multimídia, educação a distância, energias alternativas, tecnologia da informação, Internet, instrumentação, laser, mecânica, meio ambiente, novos materiais, química, software, telecomunicação e aplicações técnicas nucleares.
As empresas são divididas em quatro modalidades: residente tecnológica (empreendedores que dominam uma tecnologia e têm interesse em desenvolver seu produto/serviço na incubadora), residente em software (projetos para criação ou continuidade de novos negócios na área de softwares especiais, como saúde e educação), não-residente (empresas de base tecnológica constituídas que não necessitam de espaço físico) e hotel de projetos (quando existe a necessidade de um período de até 12 meses para comprovar a viabilidade do projeto e buscar recursos para a formação do capital para início do negócio).
Em 2003, o faturamento das empresas incubadas foi de R$ 14,8 milhões. Sérgio Wigberto Risola, gestor do centro, comemora o aumento de 80% do faturamento em relação ao ano de 2002. Foram recolhidos cerca de R$ 2,8 milhões em impostos.
As empresas criaram 205 produtos e geraram 370 empregos. O Cietec participou de 13 feiras e recebeu aproximadamente 1,8 mil visitas no ano passado. Mais de 20 missões internacionais passaram pelo centro.
O Cietec sobreviveu com R$ 850 mil, dos quais R$ 515 mil foram doados pelo Sebrae. Nos últimos três anos, o Sebrae, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e fundos setoriais investiram aproximadamente R$ 6 milhões nas novas tecnologias.
A Universidade de São Paulo (USP), o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) oferecem sua rede de laboratórios (mais de 400) e pesquisadores. O Sebrae ministra cursos de capacitação para os empreendedores das empresas incubadas.
Durante o café, três empresas receberam certificado de graduação. Adespec, Brats e Superdownloads cumpriram o período de incubação, concluíram o desenvolvimento dos seus planos de negócios e estão prontas para o mercado.
A Adespec está organizando uma rede de distribuição e pontos de vendas para os adesivos que produz. O principal produto da empresa é o prego líquido, capaz de fixar e unir todos os materiais de construção, decoração e artesanato. É ideal para locais onde não é possível furar, parafusar ou pregar.
Com um faturamento anual de R$ 200 mil, a Brats é uma empresa do ramo de metalurgia que produz filtros em aço inoxidável e titânio. Atende a empresas dos setores químico, alimentício e metalúrgico. Os filtros pós-metálicos especiais são utilizados especialmente no setor de implantes odontológicos.
O site da Superdownloads recebe 1,5 milhão de acessos por mês. No endereço, é possível fazer download gratuito de mais de 11 mil softwares de diversos segmentos. Depois de passar pelo Cietec, estabeleceu parcerias e quadruplicou seu faturamento mensal.
Terminal de auto-atendimento grava CDs personalizados
A Unic Tecnologia Digital, empresa residente no Hotel de Projetos do Cietec, desenvolveu protótipo de uma máquina para gravação de CDs com músicas, jogos, curta-metragens ou outras mídias.
As primeiras unidades do Mix For Me (M4M) deverão ser instaladas em março. As máquinas disponibilizarão os arquivos e músicas, todos com autorização de gravadoras, editoras, produtoras e artistas. Além de impulsionar o mercado fonográfico, o M4M deve ser mais um aliado ao combate à pirataria.
O CD, com músicas e arquivos selecionados pelos clientes, é gravado na hora. O nome das músicas é impresso no próprio CD, tornando-se assim uma ótima opção de presente.
O pagamento dos direitos autorais rendeu parcerias da empresa com a Associação Brasileira da Música Independente (ABMI) – que representa cerca de 80 gravadoras, como Eldorado e Trama – e com a Associação Brasileira das Editoras Reunidas (Aber), que reúne parte das grandes editoras musicais pertencentes à Sony, Warner/Chappell, BMG, Universal e outras.
Regina Amábile, da Agência Imprensa Oficial
(LRK)
