Tecnologia: Aparelho de diagnóstico por calor terá versão nacional

Testes em hospitais devem ser iniciados em fevereiro

sex, 09/01/2004 - 8h44 | Do Portal do Governo

Uma máquina que faz imagens do calor, segundo a intensidade, muito utilizada por hospitais para diagnósticos, logo deverá ter uma versão nacional. Desenvolvida no Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, deverá ser comercializada por cerca de US$ 12 mil, sendo que o Brasil importa o equipamento por US$ 60 mil.

O protótipo inicial da Câmara de Teletermografia foi apresentado em maio de 2003, mas, segundo o professor Luiz Antonio de Oliveira Nunes, responsável pelo equipamento, já há uma terceira versão que é muito próxima de um produto a ser lançado no mercado. ‘Ela tem mais sensibilidade e seu tempo de resposta melhorou bastante’, afirma ele. O próximo passo é firmar parcerias e realizar testes em hospitais, o que deve ser feito em fevereiro.

Segundo o professor, a Câmara permite aplicações principalmente em diagnóstico médico, como para tumores cancerígenos, lesões por esforço repetitivo (LER) e diabetes. ‘O tumor e a inflamação aumentam o metabolismo e o calor na área, o que é detectado pelo aparelho. Dessa forma, ele prevê os problemas de forma mais fácil e rápida’, conta Nunes. Quanto ao diabetes, há casos em que membros chegam a apodrecer, e o aparelho detecta a redução de circulação, pela falta de calor.

Mas há também um grande potencial de uso na indústria, de acordo com o físico, otimizando o consumo de energia em motores e refrigeradores, pois é possível detectar se está havendo perda de calor. É possível até mesmo prever o rompimento de cabos.

Funcionamento

A câmara é um objeto que se pode deixar em cima de uma mesa. Não se trata de uma câmara em que se entre, como no ultra-som. Ela capta à distância as ondas infravermelhas emitidas pelo corpo, que não podem ser vistas pelo olho humano.

Esses sinais são analisados e transformados numa imagem, que aparece na tela de um computador conectado ao aparelho. Mas as cores não são reais, elas mudam conforme a temperatura. Uma vantagem da câmara é que ela não emite radiação, como nos exames de raios X, podendo ser usada quantas vezes for necessário.

Por Maurício Kanno, da Agência USP de Notícias

C.C.