Tecnologia: Alunos da Fatec-SP desenvolvem sistema de reciclagem de água

Projeto prevê reuso de água em autopostos

qui, 17/04/2003 - 10h56 | Do Portal do Governo

Do Portal da Fatec

Para evitar o desperdício de água tratada em autopostos e aumentar a oferta para consumo residencial, a Fatec-SP (Faculdade de Tecnologia de São Paulo), através do Grupo Lenda acaba de desenvolver um sistema de reciclagem de água utilizada para lavar automóveis.

A água utilizada para lavar carros não é recuperada, sendo despejada no sistema de coleta de esgoto. Este procedimento além de desperdiçar água tratada, lança nos corpos d’água detritos poluentes como sabão e óleo. O Sistema consiste em um conjunto de tanques que separa os detritos. Na primeira etapa utiliza-se do processo de decantação para realizar a separação dos detritos pesados. Na segunda etapa adiciona-se cal à água com objetivo de flocolizar o sabão, facilitando-se assim a separação. Todo o processo é controlado por um microprocessador de estrutura RISC que controla a operação das bombas, abertura das válvulas e a dosagem da cal. Ensaios preliminares indicaram um aproveitamento de até 70% da água utilizada para lavar carros.

A água fornecida aos postos de gasolina para lavagem de carro é a mesma água que se utiliza para consumo residencial. Esta água é tratada pelas companhias de abastecimento urbano de forma que seja própria para o consumo humano. Utilizar este tipo de água para lavagem de carros é desperdiçar o tratamento que deixa a água potável. O problema é ainda mais grave quando a água é utilizada apenas uma única vez.

O objetivo deste sistema é recuperar a água utilizada na lavagem de carros por intermédio de um tratamento simples e de baixo custo, possibilitando a reutilização da água.

O novo sistema entrou em operação em outubro, no Auto Posto Líder Santos Dumont, na avenida do Estado, 1036 (esquina com a Av. Santos Dumont), Bom Retiro, SP.

Histórico

Em 1997 a Coordenadoria do curso de Mecânica de Precisão deu início ao projeto de forma extracurricular com a supervisão do professor de Pesquisa Operacional e Metodologia da Pesquisa, Dawson Tadeu Izola. O financiamento foi obtido junto à FAT (Fundação de Apoio à Tecnologia) e da Sispal, empresa de Saneamento Básico.

De acordo com o prof. Dawson Izola, em um ano de funcionamento o investimento é pago apenas com a economia na conta de água e esgoto. Uma estação com capacidade de tratar 3.800 litros de água por hora custa entre R$ 20 e R$ 30 mil.

Segundo o Sincopetro (Sindicato dos proprietários de postos de gasolina), a maioria dos estabelecimentos tem lava-rápidos. Com base nos dados de consumo do Posto Líder Santos Dumont (onde está instalado o sistema), o desperdício chega a cerca de 200 milhões de litros de água por mês, equivalente a quase 50% do consumo mensal da Vila Mariana, bairro da zona Sul da Capital.

Mais informações podem ser obtidas pelo site www.fatecsp.br
V.C.