Pesquisa da Fundação Seade indica que a taxa de desemprego atingiu em outubro 18,3%. O mês foi considerado atípico, em proporção aos 17,8% constatado em setembro. Isto, em razão de que, em outubro, pelo quarto mês consecutivo, o nível de ocupação vinha sendo considerado estável. Na maioria dos anos de realização da pesquisa foi registrada expansão. O contingente de desempregados foi estimado em 1.706.000 pessoas. ‘Em face da conjuntura econômica desfavorável, que não tem gerado novas oportunidades de trabalho, em especial para homens e chefes de domicílio, verificou-se, entre setembro e outubro, o aumento da taxa de desemprego na Região Metropolitana de São Paulo’, disse a coordenadora de pesquisa de análise da Fundação Seade, Paula Montagner.
Por outro lado, a constatação de 56 mil desempregados deveu-se ao ingresso de 53 mil integrantes no mercado de trabalho, considerando-se que em outubro não houve geração de novos empregos. A pesquisa revelou, ainda, que, com a diminuição de 54 mil empregos no comércio e queda de mais 24 mil na indústria, o nível de ocupação manteve-se estável, contrabalançada com o crescimento do agregado Outros (76.000) quantitativamente, com a expansão de serviços domésticos e na construção civil.
Em setembro, o rendimento médio real dos ocupados decresceu 0,9% e o dos assalariados manteve-se praticamente estável (-0,1%), passando a corresponder a R$ 844 e R$ 872, respectivamente. O valor máximo dos rendimentos obtidos pelos 10% dos ocupados mais pobres decresceu 2,2%, e o valor mínimo recebido pelos 10% de ocupados mais ricos aumentou 4,6%. ‘O diferencial existente entre os mais pobres e os mais ricos aumentou, porque entre as pessoas que vêm sendo contratadas predominam as de rendimento mais baixo’, lembra a coordenadora da pesquisa.
Alcindo Garcia
