Nos quase quatro anos em que vem peregrinando pela periferia da cidade de São Paulo, a a presidente do Fussesp, Maria Lúcia Alckmin, conta que conheceu ótimas orfanatos e creches que cuidam de crianças carentes, muito bem cuidados, ‘mas sem uma boneca, nem um carrinho. Em alguns lugares, quando muito, havia brinquedos feitos com sucata. E isso me sensibilizou.’ No ano passado ela tomou conhecimento de uma dívida que a Fábrica de Brinquedos Estrela tinha com o governo do Estado.
‘Eu perguntei para o Geraldo: será que é possível abater essa dívida com a doação de brinquedos para instituições que cuidam de crianças carentes?’ O governador Geraldo Alckmin e o presidente da Estrela concordaram em fazer uma adjudicação. Tudo acertado, o Fussesp encaminhou, ainda em 2001, 600 Casas de Brinquedo – cada uma com 200 itens – a instituições da capital. Com a concordância do Governo do Estado e do fabricante, o Fundo Social ampliou o projeto. Até o começo de maio, 4 mil Casas de Brinquedo terão sido entregues. Serão 3 mil no interior e mil na capital.
Para os adolescentes internos da Febem foram montados 500 Kits Jovem, que incluem jogos de raciocínio; 420 destinados à unidades da capital e 80, ao interior.
Quando entra numa Casa de Brinquedo, a criança é orientada sobre o que pode e o que não pode fazer naquele espaço. Aos poucos elas tomam consciência de que o brinquedo é de todos e não é de ninguém e das implicações dessa novidade. ‘Elas aprendem a sociabilidade e que não podem quebrar nada porque depois o amiguinho virá para brincar.’ Quando acabam de jogar ou brincar sabem que precisam colocar de volta no lugar onde estava. ‘Tudo isso é cidadania.’
Por um mundo melhor
Junto à sede administrativa do Fundo Social de Solidariedade do Estado (Fussesp), no Parque da Água Branca, há outros dois espaços da instituição. Um deles, que estava fechado por apresentar problemas estruturais, foi totalmente reformado pela iniciativa privada, que também doou equipamentos para montar duas cozinhas.
Com inauguração prevista para o início de maio, a casa abriga também oficina de corte e costura e equipamentos como lavadora e secadora de roupas. ‘Será um espaço dedicado a projetos de geração de renda’, explica a presidente do Fussesp, Maria Lúcia Alckmin, informado que a nova unidade do Fundo Social terá cursos para formar empregadas domésticas, de panificação artesanal e corte e costura.
O Espaço Convivência ocupa uma terceira casa no Parque. Lá, em parceria com a Secretaria de Cultura do Estado e com o apoio de voluntários, o Fundo Social promove mais de vinte cursos e oficinas, nas mais diversas áreas, voltados à terceira idade.
Também para aqueles que já chegaram à ‘melhor idade’, há os Jogos Regionais do Idoso – Jori, realizados em várias cidades do interior em parceria com a Secretaria Estadual de Juventude Esporte e Lazer e com o município anfitrião. Em sua sexta edição, o Jori deve reunir cerca de 10 mil atletas nas competições que começaram em 12 de abril e se estendem até o final de maio em seis regionais. Os melhores em cada categoria são classificados para os Jogos Estaduais do Idoso.
O objetivo dessas atividades é proporcionar convívio social, estimular a prática de atividades físicas e culturais, sensibilizar a sociedade para novas formas de participação para aqueles que chegaram à terceira idade e resgatar a auto-estima e a cidadania daqueles que vivem a ‘melhor idade’.
Outro projeto para proporcionar a cidadania da população é o Universidade Cidadã. A iniciativa consiste em formar parcerias com universidades e outras entidades afins para a prestação de serviços de cidadania às comunidades carentes. As primeiras parcerias com Faculdades de Direito e Odontologia já estão em atividade. ‘Esse trabalho auxilia a população ao mesmo tempo em que proporciona ao jovem universitário uma oportunidade de aprendizado, integração e doação. Também estarão exercendo sua cidadania’, lembra a primeira-dama.
Por todas essas ações é possível perceber que a primeira-dama se empenha em responder à própria indagação sobre que poderia fazer em agradecimento a Deus por ter sido tão abençoada por Ele. ‘Nesse trabalho que amo e me realiza, me esforço para fazer o máximo’, afirma, certa de que, se cada um fizer a sua parte, o mundo será muito melhor.
Sirlaine Aiala
Da Agência Imprensa Oficial
