O que fazer quando, por exemplo, um caminhão transportando amônia acabou de sofrer acidente e há vazamento do produto? Ou então: que atitude deve tomar alguém que encontra tambores de produtos químicos abandonados à beira de uma represa ou rodovia? Situações como essas, antes monitoradas pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), contam agora com um endereço específico para orientações. É o site sobre Emergências Químicas, lançado pela agência ambiental no começo do mês e que pode ser acessado diretamente pelo endereço www.cetesb.sp.gov/emergencia/emergencia/asp ou pela página da Cestesb (www.cetesb.sp.gov).
Desenvolvido durante dois anos e meio, o site põe à disposição do público informações reunidas pela Cetesb ao longo de 25 anos no atendimento a mais de 5,3 mil ocorrências com produtos químicos. Também permite o acesso a mais de 500 links relacionados com o assunto em todo o mundo. No endereço, o usuário encontrará um amplo material técnico sobre prevenção, preparação e resposta às emergências químicas.
A elaboração do site é a forma de transmitir para o público o conhecimento e a experiência da Cetesb na área de emergências químicas, informa o gerente do Setor de Operações de Emergência da Cetesb, Edson Haddad. São as informações repassadas ao público nos últimos 25 anos por meio de contatos, treinamentos, cursos e e-mails que agora estão disponíveis no site.
Usuário comum
Emergência é algo atrativo, enfatiza Edson Haddad. mas o site não trata só disso; trata também de segurança química. Por isso, são abordados aspectos de prevenção, preparativos e atendimento ou resposta a acidentes químicos. Destina-se ao público em geral, mas, especialmente, àqueles envolvidos com o tema, como profissionais do corpo de bombeiros, polícia rodoviária, indústrias, hospitais, universidades, serviços de utilidade pública e postos de gasolina.
O site pode auxiliar também aqueles que começam a estruturar equipes de emergência em empresas ou outros estabelecimentos.As informações nele contidas são úteis ainda para os serviços de informação e a mídia, que poderão acompanhar, em tempo real, os acidentes e atendimentos em curso, além do acesso a gráficos, estatísticas e demais dados necessários à compreensão de determinado problema e sua correta divulgação. Essas informações são complementadas pela relação das instituições capacitadas para lidar com os produtos e seus efeitos.
O acesso pode servir, inclusive, para socorrer um usuário comum, indicando o órgão melhor qualificado para dar atendimento ou prestar orientação, como no caso de intoxicação em acidente doméstico, com a ingestão ou inalação de algum produto.
Mais de 5,3 mil casos de emergências químicas
O primeiro acidente registrado pela Cetesb ocorreu em 1978. Na ocasião, 6 mil toneladas de petróleo vazaram na região de São Sebastião, litoral norte do Estado, contaminando praias desde Ubatuba até o Rio de Janeiro. Foi o maior acidente em termos de volume de petróleo derramado e, a partir dele, a Cetesb criou o Setor de Operações de Emergência.
De 1978 até hoje são mais de 5,3 mil casos com produtos químicos, todos registrados no site. Dentre eles, constam, por exemplo, o de Vila Socó (incêndio em palafitas de Cubatão que matou 38 pessoas, em 1984, com vazamento de gasolina num duto da Petrobrás), do Osasco Plaza Shopping (explosão que, em 1996, deixou 42 mortos, em razão de vazamento de GLP) e do Condomínio Barão de Mauá (emanações de gás, detectadas em 2000, responsáveis por uma explosão que matou um funcionário e feriu outro, causando pânico entre os moradores).
O Setor de Operações de Emergência da Cetesb foi responsável nesses episódios por providências que impediram uma tragédia de proporções maiores.
No caso do Condomínio Barão de Mauá, a descoberta de que o conjunto
fora construído sobre uma imensa área contaminada por resíduos industriais ocorreu a partir do monitoramento, por esse setor da Cetesb, dos níveis de explosividade e da investigação do foco de formação de gases.
O atendimento prestado pelo Setor de Operações de Emergência nos vazamentos em postos de gasolina também propiciou novas diretrizes nesse segmento: levou à elaboração de estudos que resultaram na aprovação de legislação obrigando o licenciamento ambiental desses estabelecimentos comerciais em todo o País.
Paulo Henrique Andrade
Da Agência Imprensa Oficial
(AM)
